Polícia brasileira vai interrogar Neymar por divulgação de imagens íntimas

A notificação entregue ao jogador está relacionada com a investigação que foi aberta contra Neymar devido a suspeitas da prática de crimes virtuais, e não pelo crime de violação, no qual é acusado por uma jovem brasileira
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A polícia brasileira convocou esta segunda-feira o futebolista Neymar, que está em estágio com a seleção 'canarinha', para um interrogatório devido à investigação relacionada com a divulgação na internet de imagens íntimas da mulher que o acusa de violação.

Uma patrulha da Comissão de Repressão dos Crimes Informáticos da Polícia Civil do Rio de Janeiro deslocou-se ao centro de treinos do Brasil - que prepara a Copa América - e pediu a Neymar para prestar o seu testemunho na próxima sexta-feira.

No entanto, fontes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), citadas pela agência de notícias espanhola Efe, revelaram que foi pedido um adiamento do interrogatório, já que o jogador vai viajar na terça-feira para Brasília, onde a seleção brasileira vai defrontar o Catar, em jogo de preparação, seguindo depois para Porto Alegre para disputar outro encontro no domingo com as Honduras.

Em causa está a prática de um crime cibernético

A notificação entregue ao jogador mais caro da história do futebol mundial (o Paris Saint-Germain pagou mais de 200 milhões de euros ao FC Barcelona pelo seu passe), está relacionada com a investigação que foi aberta contra Neymar devido a suspeitas da prática de crimes virtuais, e não pelo crime de violação, no qual é acusado por uma jovem brasileira com quem esteve num hotel em Paris no passado dia 15 de maio.

A equipa policial já se tinha deslocado ao local de concentração do Brasil no domingo de manhã, mas não conseguiu notificar Neymar, já que este ainda não tinha regressado ao estágio.

Neymar publicou conversas e fotos íntimas com alegada vítima de violação

A estrela do Paris Saint-Germain, de 27 anos, publicou no sábado um vídeo em que tornou públicas as conversas que manteve por escrito - entre março e maio - com a alegada vítima de violação, bem como fotos íntimas da mesma, em reação à denúncia de violação que a mulher fez na sexta-feira numa esquadra de polícia em São Paulo.

O objetivo do avançado era demonstrar que as conversas com a mulher continuaram num rumo normal depois do encontro sexual entre ambos em 15 de maio, a data em que a ofendida diz ter sido violada.

No Brasil é crime oferecer, partilhar, transmitir, vender, distribuir, publicar ou divulgar imagens ou vídeos de conteúdo sexual por qualquer meio sem o consentimento da vítima, com a pena prevista a estender-se entre um e cinco anos de prisão, tempo que pode aumentar caso essa ação tenho por base motivos de vingança ou humilhação.

Certo é que Neymar apagou esta segunda-feira as publicações nas redes sociais onde tinha difundido as conversas (e fotos) trocadas com a alegada vítima de crime sexual.

O coordenador de seleções da CBF, Edu Gaspar, que compareceu na conferência de imprensa ao lado do selecionador Tite no mesmo momento em que Neymar era notificado pela polícia, revelou que a entidade contratou assessoria jurídica para tratar do assunto e que a orientação que recebeu foi para oferecer toda a colaboração possível.

"A orientação que me deram foi estar totalmente disponível, atender todos os pedidos, acompanhá-lo e conversar com ele [Neymar] sobre o assunto. Estar à disposição a 100% para que esta situação possa ser resolvida rapidamente", afirmou Gaspar, salientando que o objetivo da CBF é contar com Neymar tranquilo e concentrado na Copa América, competição que arranca a 15 de junho.

O pai de Neymar, Neymar Santos, já reagiu à notificação da polícia para o interrogatório do futebolista, sublinhando que prefere que o seu filho seja culpado de um crime cibernético do que de um crime de violação.

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