Trincão entrou tarde mas a tempo de colocar Portugal na ‘final four’ da Liga das Nações
Foi uma qualificação “à portuguesa”, com sofrimento, prolongamento e um herói improvável. Pelo menos para Roberto Martínez, tão renitente em dar oportunidades a Trincão, que só entrou aos 81 minutos, a tempo de mostrar a sua classe e “oferecer” a qualificação à seleção nacional, que bateu a Dinamarca por 5-2.
O selecionador fez três alterações em relação ao jogo de Copenhaga, com Gonçalo Inácio, Bernardo Silva - que fez a 100ª internacionalização - e Francisco Conceição a renderem Renato Veiga, João Neves e Pedro Neto. Portugal não poderia desejar melhor começo de jogo, com um penálti por empurrão a Cristiano Ronaldo. Contudo, o capitão falhou de forma inusitada, com um autêntico passe que Kasper Schmeichel agradeceu.
Foram 15 minutos iniciais em bom estilo por parte da seleção, com apreciável pressão ofensiva, não deixando os visitantes respirarem. Dalot também esteve perto do golo, mas a partir do quarto de hora, a Dinamarca começou a conseguir estender-se no campo.
O jogo entrou numa toada morna. Francisco Conceição e Rafael Leão não conseguiam superiorizar-se no um para um, Vitinha e Bernardo Silva estavam apagados e Bruno Fernandes errava passes nada usuais. Quanto a CR7, é hoje em dia um jogador sem participação no jogo da equipa, a não ser no último toque para a baliza, mas a verdade é que nas três oportunidades em que foi bem solicitado até ao intervalo, numa sofreu o penálti, noutra obrigou Schmeichel a grande defesa e na terceira teve um golo anulado por fora de jogo de Rafael Leão. Até que aos 39 minutos as bancadas explodiram de alegria, a seleção chegava à vantagem graças a um autogolo de Joachim Andersen.
A segunda parte começou com um disparate de Diogo Dalot num lançamento lateral, assistindo Hjulmand, que rematou perto do poste. Logo a seguir, o jogador do Sporting voltou a assustar. Na resposta, Dalot teve outra decisão sem sentido, preferindo passar a Francisco Conceição com Rafael Leão isolado.
Não foi propriamente uma surpresa quando a Dinamarca igualou aos 56 minutos, por Rasmus Kristensen, na sequência de um pontapé de canto em que Rafael Leão embateu em Nuno Mendes, fazendo tombar o lateral. Portugal “abanou”, Diogo Jota entrou para o lugar de Rafael Leão e aos, 72 minutos, Bruno Fernandes teve um pontapé violento que acertou no poste, com Cristiano Ronaldo a aproveitar para fazer a recarga com êxito, atingindo o golo 136.º golo pela seleção, onde se tornou o primeiro a marcar aos 40 anos.
O que não estava nos planos era o erro colossal de Rúben Dias, que ofereceu de bandeja o segundo golo da Dinamarca, que voltava a colocar-se na frente da eliminatória. Martínez mexeu então no onze, com Nélson Semedo e Trincão a entrarem para os lugares de Dalot e Francisco Conceição. E seria o futebolista do Sporting a dar nova vantagem a Portugal, num remate de primeira, obrigando ao prolongamento.
Portugal atacou o tempo extra com Gonçalo Ramos no lugar de Ronaldo e logo a abrir, Trincão voltou a aparecer com classe, fazendo o 4-2, sem hipóteses para Schmeichel. O sportinguista Harder entrou aos 97’, estreando-se na seleção da Dinamarca, mas pouco se viu e Portugal ainda aumentou para 5-2, num lance que começou em Trincão, prosseguiu em Diogo Jota e teve conclusão de Gonçalo Ramos. Uma combinação entre três suplentes de ouro.
O triunfo foi garantido e com ele o apuramento para as meias-finais, onde a equipa das quinas terá pela frente a Alemanha no dia 4 de junho.