Doyen exige dois milhões ao Sporting por conta de Labyad
Doyen Sports deu esta quinta-feira entrada no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa de uma ação contra o Sporting em que exige o pagamento de 2,035 milhões de euros relativos à transferência de Labyad, jogador que esteve ligado aos leões até agosto de 2016.
Este é um processo à margem do negócio de Marcos Rojo para o Manchester United, no qual os leões foram condenados pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), sediado em Lausana, ao pagamento de 14,2 milhões de euros, verba que já foi paga. Nessa ocasião, o TAD reconheceu igualmente a dívida de 1,5 milhões de euros em relação a Labyad, que entretanto já chegou aos dois milhões de euros por causa de juros.
O Sporting não faz oficialmente qualquer comentário sobre a ação interposta pela Doyen, mas fonte do clube leonino garantiu ao DN que a SAD tem o valor exigido por aquele fundo de investimento "devidamente aprovisionado", acrescentando no entanto que, tendo em conta o litígio antigo entre as duas partes, o Sporting "não tem interesse em antecipar o pagamento" sem que o processo seja avaliado pelo tribunal, até porque os advogados do clube de Alvalade defendem que têm razão neste caso. Assim sendo, o departamento jurídico dos leões irá analisar os fundamentos da Doyen para depois dirimir este processo no tribunal.
Zakaria Labyad chegou ao Sporting em 2012, proveniente do PSV Eindhoven, através de um acordo com a Doyen Sports, que financiou a operação em 1,5 milhões de euros e ficou com 35% de uma futura venda no valor igual ou superior a nove milhões de euros - sendo que se o jogador não fosse transferido até 1 de julho de 2015, o fundo poderia exigir o pagamento de 1,95 milhões de euros.
A realidade é que o jogador acabou por não ser transferido até essa data, além de que o médio-ofensivo não conseguiu impor-se em Alvalade, tendo sido consecutivamente emprestado, a Vitesse e Fulham, antes de ter chegado a acordo para rescindir o contrato que o ligava aos leões.
Separação de poderes
Curiosamente, a Doyen voltou neste mesmo dia a ser um tema abordado pelo presidente Bruno de Carvalho no congresso The Future of Football. O líder leonino deixou uma questão na sua intervenção: "Porque é que problemas com companhias como a Doyen não podem ser resolvidas em tribunais? Nos países democráticos é o que acontece, quando há problemas vamos aos tribunais."
Esta questão foi levantada a propósito da ideia de "separação de poderes" defendida por Bruno de Carvalho, que considera que as entidades que tutelam o futebol não devem preocupar-se com a justiça: "Existem tribunais, autoridades que têm capacidade e que podem resolver determinadas questões. Temos de recorrer às entidades que percebem. E nós [futebol] temos de nos concentrar naquilo que podemos resolver."