Schmidt aponta Chiquinho e mais quatro para fazer esquecer Enzo e chegar ao título

O Benfica joga com o Casa Pia (sábado, 18.00, BTV), no primeiro de cinco jogos em 21 dias. Treinador alemão diz que "João Neves pode ser muito importante para o Benfica no futuro". Casapianos colocam meta nos 36 pontos para a manutenção.

Roger Schmidt acredita que é possível ser campeão com os 24 jogadores que tem no Benfica e não embarcou nas críticas feitas pelo presidente Rui Costa a Enzo Fernández, agradecendo a forma como o argentino representou o Benfica, antes de se mudar para o Chelsea no último dia do mercado de inverno. Questionado sobre se Enzo foi ingrato com o clube da Luz ao forçar a saída, o técnico alemão respondeu que sempre teve uma boa relação com o jovem campeão do mundo e agradeceu "a forma como jogou pelo Benfica"

Dando o assunto Enzo por "encerrado", desejou-lhe felicidades e virou foco para as cinco opções que tem no plantel para desempenhar o papel que o médio cumpriu com mestria: "Florentino, Chiquinho, João Mário, Frederik Aursnes e João Neves", um jovem que "pode ser muito importante para o Benfica no futuro".

Frente ao Arouca, na passada terça-feira, o escolhido foi Chiquinho, que parece partir à frente da concorrência para o jogo com o Casa Pia (sábado, 18.00, BTV) no Estádio da Luz. "Chiquinho tem-se desenvolvido muito bem nesta posição nos últimos meses. Começou a jogar mais à frente, mas a certa altura foi recuando um pouco mais e está muito à vontade. É muito bom com a bola nos pés e corre muito, tal como Florentino. Temos outras opções para compensar a saída de Enzo", respondeu o treinador encarnado, na antevisão da partida da 19.ª jornada da I Liga, garantindo que vai manter o esquema com dois jogadores no centro do meio-campo.

Com a saída de Enzo no último dia do mercado de inverno, o Benfica não teve tempo para contratar um substituto do mesmo nível. "A saída do Enzo foi inesperada, mas a decisão foi deixar as coisas assim. No último dia de mercado é difícil fazer uma transferência rápida e, caso se faça, tem de ser um jogador de qualidade inequívoca. Os jogadores que temos para esta posição são de topo", defendeu, rematando: "O plantel tem 24 jogadores. É com estes que queremos ser campeões, fazer os benfiquistas felizes e orgulhosos. E acho que é possível."

Roger Schmidt preferia um plantel mais curto, mas na primeira metade do campeonato teve de gerir ambições (e frustrações) de um grupo com 37: "Frente ao Arouca não tivemos Rafa, Gonçalo Ramos e Draxler e mesmo assim entrámos com um bom 11 inicial. Quando se joga futebol em várias competições é preciso opções. Todos os jogadores merecem jogar e, diz-me a experiência, que é bom que haja concorrência para levar os jogadores ao seu máximo."

Nórdicos não estão a 100%

Após três jogos seguidos fora da casa, o Benfica regressa hoje ao Estádio da Luz para defrontar a equipa sensação da I Liga. "No início da temporada ganhámos (1-0) ao Casa Pia e foi um jogo muito difícil. São organizados, defendem muito bem e não dão muito espaço aos adversários. Merecem estar na posição que ocupam (5.º lugar). Espero um jogo difícil mas estamos bem, confiantes e felizes por jogar em casa. Queremos fazer um bom jogo para levar os três pontos", lembrou Schmidt sem revelar se já terá Gonçalo Ramos ou Rafa Silva.

Com cinco jogos previstos para fevereiro, num intervalo de 21 dias - Casa Pia, Sp. Braga na quinta-feira (Taça de Portugal), Club Brugge no dia 15 (Liga dos Campeões), Boavista no dia 20 (I Liga) e Vizela no dia 25 (I Liga) -, o treinador do Benfica sabe que precisa fazer gestão, mas diz que ainda é cedo para utilizar os reforços Tengstedt e Schjelderup. "Não estão a 100%, mas estão muito melhores do que estavam quando chegaram e terão oportunidades num futuro próximo", garantiu, antes de ser revelada a lista de inscritos para a Champions, onde já estão os nórdicos e ainda Gonçalo Guedes.

O Benfica lidera a I Liga com 50 pontos em 19 jogos e, em caso de vitória, aumenta para 11 a vantagem sobre o segundo classificado, o FC Porto, que tem menos um jogo. Contudo, do outro lado está um surpreendente Casa Pia, que na época de subida ao escalão principal está na 5.ª posição, com 30 pontos. O grande objetivo, segundo o treinador Filipe Martins, é "atingir o mais rapidamente possível" os 36 pontos, que garantem a manutenção, para depois "continuar a desfrutar do campeonato, jogo a jogo e sem medo de nada".

Para o técnico dos gansos, a saída de Enzo "não vai minimizar" a qualidade do Benfica: "Se não roçarmos quase a perfeição, muito dificilmente trazemos pontos. Temos de ser coletivamente muito fortes para podermos disputar o jogo e o resultado."

isaura.almeida@dn.pt

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