Reinaldo Teixeira. De delegado a presidente da Liga Portugal em 29 anos

Reinaldo Teixeira foi esta sexta-feira eleito presidente da Liga Portugal. O presidente da Associação de Futebol do Algarve e coordenador dos delegados e avaliadores do organismo que lidera o futebol profissional vai presidir à instituição até 2027. A tomada de posse será no próximo dia 17, às 17 horas, na sede da Liga Portugal, no Porto.

Pela primeira vez na última década, surgiam dois candidatos, algo que não acontecia desde que Pedro Proença derrotou Luís Duque, em 2015. Esta sexta-feira, o candidato da Lista A , sob o mote Uma Liga para todos, obteve 42 votos e bateu a concorrência de José Gomes Mendes, candidato pela Lista B, que se ficou pelos 10 votos. Votaram 34 sociedades desportivas, 18 da I Liga e 16 da II Liga e os votos dos clubes do principal escalão do futebol português contaram a dobrar.

Reinaldo Teixeira nasceu em Salir, no concelho de Loulé, é gestor e membro do conselho consultivo no Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), esteve ligado à Associação de Futebol do Algarve por duas décadas, tanto tempo quanto como esteve como delegado da Liga Portugal, até ser nomeado coordenador dos delegados e avaliadores do organismo em 2015. Agora chegou a presidente. Sucede a Pedro Proença, que saiu a meio do mandato para ser eleito presidente da Federação Portuguesa de Futebol.

Será acompanhado por André Mosqueira do Amaral, com a pasta da Centralização, Comercial e Internacionalização; Sónia Costa Cunha, para a pasta da direção Financeira; Bernardo Azevedo, para a pasta da Área Comercial e Sponsoring; Francisco Antunes para a pasta dos Conteúdos e Susana da Silva Curto, para a pasta de Marketing e Eventos, Formação e Infraestruturas. António Saraiva, antigo presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) que lidera a Cruz Vermelha Portuguesa desde 2023 será o presidente da Mesa da Assembleia Geral.

"Menos conversa e mais ação"

"Um grande obrigado! Vinte e nove anos depois de entrar pela primeira vez na casa do Futebol Profissional, conferem-me, agora, a responsabilidade e a honra de presidir à Liga Portugal", disse Reinaldo Teixeira, minutos depois de ser anunciada a sua vitória.

Apesar de ainda ser hora para saborear a vitória nas urnas, o eleito presidente do organismo não deixou de identificar algumas preocupações: "A realidade é crua e pede urgência. A principal Liga portuguesa tem as assimetrias conhecidas e está a cair no ranking da UEFA. O problema de sustentabilidade estende-se à II Liga e a um futebol também despido de recursos e de adeptos nas bancadas. Não vou dramatizar, mas também não vou pintar uma realidade paralela. Este é o nosso ponto de partida, e é a motivação que nos leva de imediato para o terreno."

Por isso mesmo há trabalho a fazer no imediato. "Hoje mesmo terei uma primeira reunião estratégica com a minha equipa. Não há tempo a perder.  A palavra obrigado, que em primeiro lugar deixei aqui, será o impulso para que comecemos imediatamente a nossa obrigação: a defesa dos superiores interesses das Sociedades Desportivas (clubes)", disse o algarvio.

A primeira medida será "reunir com todos os colaboradores, agradecer-lhes e organizar as equipas para os tempos de grande urgência e eficiência que se avizinham". "Serão tempos de menos conversa e mais ação, sobretudo em torno dos dossiês decisivos, como a centralização dos direitos televisivos, iniciando uma caminhada conjunta para fazer história no futebol profissional", segundo disse ao DN, na véspera da eleição.

As prioridades estavam definidas à partida. "O essencial é reduzir despesas e aumentar as receitas para as SAD e ao mesmo tempo iniciar uma estratégia de valorização do produto, cumprindo todo o potencial que a centralização dos direitos televisivos e a internacionalização nos vão trazer, gerando mais retorno e sustentabilidade. Essa é a grande prioridade", sem esquecer outras batalhas igualmente importantes como as apostas desportivas, fiscalidade, seguros e IVA da bilhética.