PSP lembra tragédia de 1996 para alertar para os perigos da pirotecnia na final da Taça de Portugal
FOTO: GERARDO SANTOS

PSP lembra tragédia de 1996 para alertar para os perigos da pirotecnia na final da Taça de Portugal

Em comunicado, força policial recorda morte de adepto há 29 anos no Jamor e lista os riscos do uso dos artefactos nos estádios. Saídas da A5 para o Jamor encerradas desde esta sexta-feira até domingo.
Publicado a
Atualizado a

A Polícia de Segurança Pública (PSP) emitiu esta sexta-feira (23) um comunicado onde apela à responsabilidade dos adeptos na Final da Taça de Portugal, que se realiza este domingo (25), no Estádio Nacional, no Jamor, entre Sporting e Benfica. A nota visa sobretudo alertar para os perigos do uso de pirotecnia nos recintos desportivos.

A PSP recorda que passam este ano 29 anos sobre a tragédia ocorrida também numa final entre os dois clubes no mesmo estádio, onde um adepto perdeu a vida na sequência da projeção de um very-light. A morte, embora distante no tempo, permanece como símbolo dos riscos associados a práticas que se têm vindo a intensificar, de acordo com a força policial.

Segundo os dados mais recentes divulgados pela polícia, só na última época desportiva (2023/2024), foram registados 5.673 incidentes relacionados com posse ou deflagração de pirotecnia – o que representa 63,9% do total de ocorrências ligadas à violência no desporto. Em comparação com a época anterior, em que este tipo de incidente somava 3.033 casos, "trata-se de um aumento substancial e preocupante".

O comunicado enumera os perigos concretos do uso destes materiais: desde queimaduras graves ao risco de incêndio em estruturas ou vegetação envolvente, passando por problemas respiratórios causados por fumos tóxicos, lesões auditivas e o impacto direto na visão. Acresce ainda o potencial de provocar pânico em multidões, perturbando a ordem pública e a segurança no recinto.

A PSP destaca também a crescente utilização da pirotecnia como símbolo identitário de grupos organizados de adeptos (GOA), reforçada pela exposição nas redes sociais. Sporting e Benfica são mencionados como os clubes com maior número de ocorrências deste género, nomeadamente em jogos da I Liga e em competições europeias.

Nos últimos tempos, nota a PSP, têm-se multiplicado os episódios de arremesso de artefactos em chamas também para dentro do relvado, para zonas de adeptos rivais ou mesmo contra elementos da força policial. O último caso ocorreu na madrugada do passado domingo, durante festejos do Sporting na cidade de Lisboa, tendo provocado interrupções e ferimentos em alguns intervenientes – incluindo menores de idade.

A PSP sublinha, por fim, a importância de todos os adeptos seguirem as indicações das autoridades no local e manterem comportamentos responsáveis, respeitadores e seguros, para garantir que a final da Taça de Portugal decorre num ambiente festivo, sem incidentes nem vítimas.

Para prevenir qualquer tipo de perigo dentro e fora do estádio no derby, o dispositivo de segurança será reforçado no Jamor. Segundo a PSP, qualquer posse ou uso de artigos pirotécnicos será considerada infração grave, sujeita a sanções legais.

Saídas da A5 para o Jamor encerradas das 21h00 desta sexta-feira até domingo

A Brisa Concessão Rodoviária informou entretanto que as saídas da autoestrada 5 (A5), que liga Lisboa a Cascais, na zona do Estádio Nacional, vão estar encerradas a partir das 21h00 desta sexta-feira e as 6h00 de domingo, devido à final da Taça de Portugal.

O Benfica e o Sporting defrontam-se no domingo na final da Taça de Portugal em futebol, a partir das 17h15, no Estádio Nacional, em Oeiras.

PSP lembra tragédia de 1996 para alertar para os perigos da pirotecnia na final da Taça de Portugal
Final da Taça. Segurança reforçada para evitar repetir 1996
PSP lembra tragédia de 1996 para alertar para os perigos da pirotecnia na final da Taça de Portugal
Pirotecnia fez disparar incidentes numa época com menos agressões e casos de racismo no desporto

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt