Vasco Vilaça no pódio e de medalha ao peito.
Vasco Vilaça no pódio e de medalha ao peito.FTP

Nascido para ser triatleta, Vasco Vilaça fechou a época com o bronze mundial

Atleta português terminou o Campeonato do Mundo no pódio, depois de acabar a finalíssima em 5.º lugar. Portugal foi o único país a colocar três atletas no Top 15.
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Aos três anos, Vasco já praticava ginástica, aos seis participou no seu primeiro duatlo (corrida/bicicleta/corrida), representando Os Belenenses, e foi, nesse momento, que, segundo ele soube que “queria ser triatleta”. Este domingo, dia 19 de outubro, em Wollongong, na Austrália, subiu ao pódio do Campeonato do Mundo de Triatlo, depois de terminar a finalíssima em 5.º lugar e somar pontos suficientes para garantir o bronze mundial, com um total de 3.690,12 pontos.

“Este é o meu melhor resultado de sempre numa série mundial normal, com as sete, oito etapas que temos. Para além disso, também é o meu melhor resultado de sempre numa finalíssima”, lembrou o triatleta do Benfica.

Atleta natural da Amadora (nasceu a 21 de dezembro de 1999) ficou a apenas três segundos da prata do brasileiro Miguel Hidalgo - o título mundial ficou com o australiano Matthew Hauser: “Não falhar [na finalíssima] e começar como terceiro do mundo e acabar como terceiro do mundo foi muito especial e muito importante para mim e um passo bastante importante na minha carreira e no que será a qualificação olímpica, que vai começar no próximo ano, para o grande objetivo de Los Angeles2028.”

Filho de dois professores universitários (Maria Dulce e Pedro Miguel), Vasco Vilaça fez a primeira corrida internacional em 2014, um ano depois de se ter mudado para a Suécia para estudar e investir na carreira de triatleta. Faz parte do projeto olímpico português desde 2016, tendo-se sagrado vice-campeão mundial de juniores e campeão europeu de juniores, em 2017.

Em setembro de 2020, após vários meses sem competir, tornou-se vice-campeão mundial com apenas 20 anos - num campeonato com o formato de apenas um dia de competição devido à pandemia de covid-19 - , e somou conquistas internacionais como o World Triathlon Cup em Roma, em 2023. Nos Jogos Olímpicos ficou à porta das medalhas, terminando em 5.º lugar.

“Só porque não fui campeão Olímpico não quer dizer que as coisas estejam mal. Estou no caminho certo”, disse ao site Olympics meses depois, numa espécie de autoanálise em que confessava necessitar de “mudar a forma como me comporto em situações de mais stress” para poder render mais e melhor. Como aconteceu ontem na Austrália no fecho de uma época em que somou medalhas de prata nas etapas mundiais de Yokohama, Hamburgo e Riviera francesa.

Para Vasco Vilaça, “o talento é simplesmente o trabalho feito enquanto ninguém está a ver” e por isso treina 30 horas por semana, 15 delas em cima de uma bicicleta, embora sinta que a corrida é a disciplina que define a classificação no triatlo (1,5 km de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida).

O apoio dos colegas

Em Wollongong, na Austrália, Miguel Tiago Silva terminou a finalíssima em 7.º lugar (e ficou em 18.º no ranking do mundial) e Ricardo Batista foi 15.º, assegurando o 12.º lugar no ranking final da temporada, com Portugal a ser o único país a colocar três atletas no Top 15. Os dois atletas foram um apoio importante para Vasco Vilaça fazer história.

“Embora isto fosse uma finalíssima para eles também e uma bastante importante, trabalharam não só para eles, mas também para mim. E ajudaram-me imenso nesta prova. O Miguel Tiago Silva, na bicicleta, ao não ajudar o grupo dele, para os corredores que estavam na frente não ganharem mais tempo, e o Ricardo Batista no meu grupo a trabalhar, e a perder energia que precisava para a corrida dele, para me ajudar a aproximar o máximo possível do primeiro grupo”, detalhou à assessoria de imprensa da Federação de Triatlo de Portugal, que em 2024 bateu o recorde de atletas federados ao chegar aos são 3810 praticantes registados, dos 6 aos 82 anos.

Na elite feminina, Maria Tomé foi 20.ª na finalíssima, após completar a sua prova em 1:59.28 horas, e concluiu o Mundial de triatlo na 18.ª posição, com 1.638,66 pontos. A alemã Lisa Tertsch sagrou-se campeã do Mundo.

isaura.almeida@dn.pt

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Ganharam diplomas. Portugueses Vasco Vilaça e Ricardo Batista ficaram em 5.º e 6.º no triatlo

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