Portugal somou ontem a 11.ª vitória em 14 jogos com a Hungria (3-2). A seleção esteve a perder, mas carimbou mais um triunfo na caminhada para o Mundial2026, com golos de Bernardo Silva, Cristiano Ronaldo e João Cancelo. Portugal soma assim seis pontos em dois jogos e segue na liderança do Grupo F. No outro jogo, a Arménia venceu a Rep. Irlanda (2-1), próximo adversário dos portugueses, a 11 de outubro. A gestão da equipa, em linguagem de Roberto Martínez, é como montar um esquema difícil de perceber à primeira. A jogar com uma linha defensiva de cinco, com Nuno Mendes, Ruben Dias e Ruben Neves (a central) e com Pedro Neto e João Cancelo nas alas, João Neves e Vitinha ficaram responsáveis pelo primeiro momento de construção e o trio ofensivo foi formado por Ronaldo, Bernardo Silva e Bruno Fernandes. A ideia de dar frescura e experiência à equipa com a entrada de Bernardo Silva e Ruben Neves (suplentes em Erevan, onde Portugal ganhou 5-0) não foi visível nos primeiros minutos. A seleção nacional tinha mais bola e criava mais situações ofensivas, embora revelasse dificuldades inesperadas para encontrar espaço e apontar à baliza húngara.Quem ouviu Roberto Martínez antecipar o jogo já sabia de onde poderia vir o perigo adversário. O selecionador tinha avisado que os lances de contra-ataque seriam a forma da Hungria poder ferir Portugal, mas entre avisar e ouvir vai uma grande diferença. Aos 21 minutos, Szoboszlai aproveitou uma perda de bola da equipa portuguesa para lançar Nagy na esquerda, que cruzou com conta, peso e medida para a cabeça de Barnabás Varga, que assim encontrou o caminho para a baliza de Diogo Costa.Era a primeira vez que Portugal estava em desvantagem no marcador numa fase de qualificação (Europeu/Mundial) desde que Roberto Martínez assumiu o cargo de selecionador e era vital mostrar capacidade de reação. Assumiu essa missão o capitão, com um remate a obrigar Tóth a desviar para canto. João Neves seguiu o exemplo de Ronaldo. A ofensiva portuguesa iria ter sucesso nos pés de Bernardo Silva, aos 36 minutos. O camisola 10 recebeu e rematou cruzado para o empate (1-1). Resultado que se iria manter até ao intervalo. Portugal era melhor e tinha mais bola, mas faltava inspiração e criatividade para quebrar a muralha erguida pelos húngaros. Aos 58 minutos a mobilidade ofensiva da seleção resultou numa grande penalidade bem ao jeito de Ronaldo. Confiante, depois dos dois golos marcados na Arménia, o capitão marcou e colocou a equipa a vencer. Foi o 7.º golo marcado à Hungria, que passou a ser a segunda maior vítima do capitão - só o Luxemburgo sofreu mais, 11. Ronaldo soma agora 141 golos de quinas ao peito. Este foi o 39.º golo em fases de qualificação para mundiais, igualando o recorde do guatemalteco Carlos Ruíz.A falta de inspiração mantinha-se e o selecionador deu descanso a Bruno Fernandes (fez o 82.º jogo e passou João Vieira Pinto na lista dos mais internacionais) e fez entrar Trincão e depois João Félix, tentando assim contrariar algum ascendente da Hungria , que, no entanto, acabaria mesmo por empatar (bis de Varga).Valeu a Portugal João Cancelo, que é mais do que um lateral e parece viver para momentos como o do jogo de ontem, quando recuperou uma bola e foi à área receber o passe de Bernardo Silva para marcar e dar o triunfo a Portugal. Dois jogos, dois golos e duas assistências. Dificilmente poderia ter corrido melhor este regresso de Cancelo, que passou a ser o defesa mais goleador da história da seleção (12).VEJA OS GOLOS DO HUNGRIA-PORTUGAL