Depois da conquista da Supertaça, segue-se a primeira mão da 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, diante do Nice. Um jogo em que Bruno Lage, espera contar com a eficácia de Vangelis Pavlidis, o homem-golo do Benfica habituado a fazer história. O avançado grego começou a terceira época de águia ao peito com mais um golo decisivo, frente ao Sporting, que valeu a conquista da Supertaça Cândido Oliveira e espera repetir frente ao Nice, na quarta-feira, porque “o Benfica tem de estar na Champions.”Antes de se afirmar como referência do ataque benfiquista, o internacional pela Grécia passou por altos e baixos. Numa entrevista à DAZN, antes do Mundial de Clubes, o grego disse que era “agradável” trabalhar com Bruno Lage, mas admitiu que no início, foi difícil perceber o que o treinador do Benfica queria dele em campo: “A forma como trabalha é diferente. Penso que tive um bom desempenho com ele. No primeiro mês foi um pouco difícil perceber o que ele queria de mim, mas agora está cada vez melhor.” O avançado que na época passado fez 30 golos (menos três do que na sua melhor época, no AZ Alkmaar, em 2022/23) em 57 jogos, começou a nova temporada com um golo que valeu um troféu, a Supertaça Cândido Oliveira, diante do Sporting.Quando chegou, teve de lutar em campo para conquistar a confiança dos adeptos com golos. E, apesar de ter marcado golos logo no primeiro treino de águia ao peito, segundo um vídeo partilhado nas redes sociais do Benfica, e dado seguimento a esse bom desempenho no jogo de estreia na I Liga (triunfo, sobre o Farense, por 5-0), Pavlidis passou por um momento complicado e ficou um mês sem marcar qualquer golo. Em entrevista ao site da FIFA, confessou que precisou de ajuda para ultrapassar a seca de golos: “Falei com pessoas do clube e com um psicólogo porque estava num momento difícil.”Tudo mudou quando marcou um hat-trick a o Barcelona, num jogo que o Benfica perdeu (5-4).Aliando a frieza em zonas de decisão e de finalização a uma leitura de jogo que poucos esperariam de alguém rotulado de finalizador, Pavlidis teve uma das taxa de conversão de oportunidades (tentativas versus eficácia) mais elevadas dos últimos dois campeonatos.Na época passada marcou golos em todas as competições: I Liga (19), Taça de Portugal (1), Liga dos Campeões (7), Taça da Liga (2) e Mundial de Clubes (1). Chegou a marcar 10 golos em nove jogos seguidos, além de ter marcado golos nos jogos importantes e ajudado o Benfica em duelos com gigantes como o Barcelona e o Bayern Munique na Liga dos Campeões, tornou-se no primeiro jogador desde 1992 a marcar tantos golos pelo clube encarnado na Champions, com sete golos - recorde é de José Águas, com 11 golos em 1960/61 (na altura era Taça dos Clubes Campeões Europeus). E tornou-se ainda no primeiro jogador do Benfica a fazer um hat trick no Dragão, num triunfo histórico sobre o FC Porto (1-4). Faltava-lhe marcar ao outro grande rival do emblema da Luz, o Sporting, algo que fez na quinta-feira passada (dia 31 de julho), oferecendo a Supertaça às águias.Foi já como jogador benfiquista fez história na seleção da Grécia, ao marcar dois golos naquela que foi a primeira vitória dos helénicos sobre a Inglaterra (2-1, em outubro de 2024, na Liga das Nações).Pavlidis dá assim seguimento à tradição de bons desempenhos de jogadores gregos no Benfica, depois de Fyssas, Karagounis, Katsouranis, Mitroglou, Samaris e Vlachodimos. Para Katsouranis, “Pavlidis é um bom jogador e uma grande contratação. É forte na área e, para jogador alto, é rápido. É muito bom na área, mas também fora”. Em declarações ao DN no ano passado, o médio grego, que alinhou no emblema encarnado durante três épocas, definiu o compatriota como “profissional exemplar, super tranquilo, que leva muito a sério o treino seja no campo ou no ginásio”.Nascido na Grécia, começou a carreira no futebol alemão. Em 2016 assinou o seu primeiro contrato profissional pelo VfL Bochum e em 2019 se transferiu para o futebol holandês, onde defendeu o Willem II e o AZ Alkmaar, onde chamou a atenção do Benfica com 80 golos em três épocas. “Se és um jogador de 15 anos, sonhas jogar perante 65 mil pessoas numa noite de Liga dos Campeões. É um sonho, e o futebol é um sonho para mim. Estar aqui também é um sonho para mim. Tive bons anos nos Países Baixos, queria dar o próximo passo, e julgo que para a minha carreira o melhor passo seria vir para o Benfica”, confessou o jogador.Com contrato até junho de 2029 e uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros, o grego está de pedra e cal no Benfica apesar da crescente valorização desportiva. O desempenho de Pavlidis na época passada fez o valor do passe do jogador subir em fecha. Chegou à Luz avaliado em 18 milhões de euros pelo site Transfermarket, o mesmo que agora o cataloga com 40 milhões de euros..Golo de Pavlidis fez a diferença frente ao Sporting e o Benfica ergueu a Supertaça pela 10.ª vez