Evan Fergunson comemora golo da Irlanda frente à Hungria; avançado da AS Roma é dúvida para jogo com Portugal.
Evan Fergunson comemora golo da Irlanda frente à Hungria; avançado da AS Roma é dúvida para jogo com Portugal. Ireland Football/X

O que vale esta Irlanda? Do artilheiro em destaque nos Países Baixos ao guardião que travou Bruno Fernandes

Kelleher, que recentemente defendeu penálti batido pelo médio do United, é nome garantido na baliza, enquanto Patrott, do AZ, é esperança de golos. Seleção não conta com atletas da liga local.
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Em 2016, quando a seleção nacional conquistou de forma inédita o seu primeiro Europeu, foram diversas as atrações dentro e fora dos relvados franceses que marcaram aquele torneio. Além da histórica vitória portuguesa, superando a favorita seleção da casa com o inesquecível golo de Éder, o Euro 2016 apresentou heróis de diferentes seleções e adeptos que, com carisma e fanatismo, conquistaram a simpatia de toda a Europa.

Foi o caso da República da Irlanda, que agora se prepara para enfrentar Portugal (neste sábado, 11, às 19h45, em Lisboa) em busca do apuramento para o Mundial de 2026.

Há quase dez anos atrás, milhares de irlandeses passaram pela França para apoiar a seleção que fez história ao, pela primeira vez, passar da fase de grupos. Comandados por Will Grigg — que ficou conhecido pelo cântico dos adeptos da Irlanda que correu o mundo, uma versão de Freed From Desire, da cantora italiana Gala, hoje usado em diversos eventos desportivos —, a equipa chegou a vencer a Itália e caiu nos oitavos de final diante da anfitriã França. Desde então, no entanto, a seleção não voltou a repetir o feito e nem sequer se apurou para os Europeus seguintes, em 2021 e 2024.

Curiosamente, o atual comandante da seleção irlandesa é outro personagem marcante daquele campeonato conquistado por Portugal. O islandês Heimir Hallgrímsson, que levou a Islândia aos quartos de final em 2016 e a um inédito Mundial em 2018, é agora o treinador dos irlandeses, que, em duas partidas destas eliminatórias, somaram um empate (2-2 com a Hungria) e uma derrota (1-2 frente à Arménia). Na principal competição de seleções do futebol mundial, a República da Irlanda alcançou o melhor resultado em 1990, ao chegar aos quartos de final.

Na convocatória de Hallgrímsson para os próximos jogos frente a Portugal e Arménia, chama a atenção a ausência de atletas que atuem no futebol local. Dos 24 chamados, 18 jogam em Inglaterra — alguns na segunda divisão, outros em clubes tradicionais da Premier League, como Brentford, Burnley e Everton.

O treinador islandês também conta com atletas que atuam em Itália, Países Baixos, Escócia, Hungria e Turquia, mas nenhum no campeonato irlandês. Na liga local, o principal clube é o Shamrock Rovers, que já conquistou 21 títulos nacionais e, em 2024/25, fez história ao tornar-se o primeiro clube do país a participar na fase de grupos de um torneio da UEFA — a Conference League —, feito que repete nesta temporada.

A falta de relevância do futebol doméstico deve-se, em parte, à tradição do país em outras modalidades. Apesar do fervor com que apoiam a seleção, os irlandeses têm maior preferência por desportos como o futebol gaélico, o hurling — semelhante ao hóquei — e o râguebi, modalidade na qual a Irlanda ocupa atualmente a terceira posição no ranking mundial.

Caoimhín Kelleher, redes da República da Irlanda.
Caoimhín Kelleher, redes da República da Irlanda. Ireland Football/X

Outras modalidades à parte, a seleção que visita Portugal neste sábado tem, em cada ponta do relvado, os seus principais destaques. Na baliza, Caoimhín Kelleher, que nesta época trocou o Liverpool pelo Brentford após anos como suplente imediato de Alisson, é titular incontestável. Há duas semanas, na vitória do Brentford por 3-2 frente ao Manchester United, o guarda-redes defendeu um penálti de Bruno Fernandes, com quem volta a cruzar-se neste sábado.

No ataque, o camisola 9 Evan Ferguson — que, apesar dos 20 anos, já passou por Brighton e West Ham na Premier League — é a principal esperança de golos dos irlandeses. No entanto, o avançado, que nesta temporada mudou-se para a Serie A, onde defende a AS Roma, é dúvida para a partida contra Portugal. Caso não jogue, quem deve ganhar espaço é o artilheiro Troy Parrott, avançado formado no Tottenham e atualmente ao serviço dos neerlandeses do AZ Alkmaar, onde soma oito golos em dez jogos nesta época.

Portugal e República da Irlanda já se enfrentaram 16 vezes ao longo da história. Ao todo, são quatro triunfos irlandeses, três empates e nove vitórias lusas. A seleção nacional procura então a décima vitória frente ao adversário para encaminhar o apuramento rumo ao Mundial de 2026. Uma combinação de resultados pode garantir o apuramento das quinas já na próxima semana, quando enfrentar a Hungria (dia 15).

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