Thomas Bach na passagem de testemunho a Kirsty Coventry.
Thomas Bach na passagem de testemunho a Kirsty Coventry.COI

Kirsty Coventry faz história. 131 anos depois, uma mulher assumiu a presidência do COI

Antiga nadadora do Zimbabué substituiu esta segunda-feira Thomas Bach.
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Kirsty Coventry tornou-se esta segunda-feira, 23 de junho, na primeira mulher e a primeira pessoa africana a presidir ao Comité Olímpico Internacional (COI), sucedendo ao alemão Thomas Bach no organismo com 131 anos de história. Vai comandar nos destinos do Olimpismo durante oito anos e dois ciclos olímpicos - Los Angeles2028 e Brisbane2032 - com possibilidade de ficar por mais quatro anos.

“Hoje, é um dia de alegria, ao passar a tocha a uma nova geração. Abre-se perante nós um novo capítulo, repleto de oportunidades, impulsionado por uma energia e um propósito renovados. É o momento de celebrar a vitalidade duradoura da nossa missão partilhada”, disse Thomas Bach, que liderou o COI nos últimos 12 anos e que passou a ser presidente honorário, na passagem de testemunho.

A antiga campeã olímpica de natação, de 41 anos, e que era ministra do desporto no Zimbabué, tornou-se a 10.ª líder do organismo que até 1981 esteve vedado às mulheres.

Como atleta, o currículo fala por ela. Em cinco participações olímpicas conquistou sete medalhas na natação, duas delas de ouro. Entre a estreia, em Sydney2000, e a sua última participação, no Rio2016, Kirsty conquistou sete medalhas, duas delas de ouro - nos 200m costas em Atenas 2004 e Pequim2008. E conquistou três títulos Mundiais de piscina longa e quatro em piscina curta, além de vencer os Jogos Africanos por 14 vezes.

Thomas Bach na passagem de testemunho a Kirsty Coventry.
Kirsty Coventry. Quem é a primeira mulher a ser eleita presidente do Comité Olímpico Internacional

Nascida em Harare, em 16 de setembro de 1983, Kirsty Coventry conta ainda com grande experiência governamental, uma vez que é ministra do Desporto, Arte e Recreação do Zimbabué, cargo que terá de abandonar agora para assumiu o COI. Além disso, foi vice-presidente da Federação Internacional de Surf (2017 a 2024). Foi ainda membro da direção executiva (2018-2021) do COI, a que pertence desde 2013.

A mais jovem (41 anos) entre os sete candidatos foi eleita logo na primeira ronda de votações, com 49 dos 97 votos possíveis. Quando foi eleita para o cargo em março, a sete vezes medalhada olímpica presidia à Comissão de Coordenação dos Jogos Olímpicos da Juventude Dakar2026 e dos Jogos Olímpicos Brisbane2032.

Reformar, comunicar e adjudicar Jogos de 2036

A primeira medida, depois de ter tomado posse, é consultar os cerca de 100 membros do organismo para estabelecer “um novo roteiro”. A sua presidência poderá avançar com uma “uma enorme reforma” do apoio financeiro aos atletas e no que ao apoio das atletas mulheres diz respeito.

A menos de um ano dos Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina 2026, a presidente do COI terá também de decidir o destino dos atletas russos e bielorrussos: se não houver um acordo de Paz para a Ucrânia. Kirsty Coventry terá também de lidar com o presidente dos EUA, Donald Trump, anfitrião de Los Angeles 2028. “Desde os 20 anos, tive de lidar com homens, digamos, difíceis em altos cargos. O que aprendi é que a comunicação será a chave, e é algo que precisa de acontecer rapidamente”, disse há tempos a nova presidente do COI, que terá ainda de adjudicar os Jogos Olímpicos de verão de 2036.

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