Muitas bandeiras portuguesa na chegada à meta de João Almeida.
Muitas bandeiras portuguesa na chegada à meta de João Almeida. EPA/URS FLUEELER

João Almeida vence a Volta à Suíça de forma espetacular. É a terceira corrida que ganha esta época

Ciclista da UAE Team Emirates anulou os 33 segundos de desvantagem para Kévin Vauquelin no contrarrelógio final.
Publicado a
Atualizado a

"Dá-lhe João.” A frase em português, que acompanhou João Almeida este domingo durante os 10km da crono-escalada final da Volta à Suíça, ajudou certamente o português a anular a desvantagem de 33 segundos para vencer a etapa final e a prova com mais de um minuto de avanço.

O corredor natural de A-dos-Francos, Caldas da Rainha, venceu a terceira corrida, por etapas de uma semana, do calendário do WorldTour, de forma consecutiva, após as conquistas das Voltas ao País Basco e à Romandia. Algo raro e que só o irlandês Sean Kelly (1984 e 1986) e o britânico Bradley Wiggins (2012) tinham alcançado.

“Estou muito feliz. Era um objetivo de carreira vencer a Volta à Suíça. Mais uma vitória numa corrida por etapas. Nunca iria acreditar que iria ganhar três Voltas seguidas... e três Voltas das grandes voltas de uma semana. Claramente, superou as minhas expectativas”, confessou o ciclista, que se tornou o segundo português a vencer a Volta à Suíça, depois de Rui Costa (2012 a 2014).

Este domingo, na 8.ª etapa, João Almeida anulou os 33 segundos que tinha para o camisola amarela Kénvin Vauquelin (Arkéa) e conquistou este domingo a vitória final na Volta à Suíça. “Senti-me muito bem durante a subida. Por momentos até pensei que o meu potenciómetro não estava bom, porque estava a mostrar-me valores elevados. Estou muito feliz”, confessou, depois de saber que tinha ganhado a prova.

O ciclista da UAE Team Emirates vingou, assim, o 2.º lugar de 2024, com a vitória na crono-escalada final da prova helvética. João Almeida terminou a Volta à Suíça com 1.01 minutos de vantagem sobre Kévin Vauquelin, 2.º classificado, e 1.58 sobre o britânico Oscar Onley (PicNic).

“Era o grande plano, desde que perdi três minutos na primeira etapa. A equipa esteve incrível, fez um grande trabalho. Lutámos pela vitória, acreditámos, nunca desistimos e, no final, conseguimos. Hoje comecei muito rápido, passei-me um pouco no ritmo, no final não tinha mais para dar no último quilómetro, mas não era necessário”, explicou o português, que aos 26 anos se assume como um dos melhores ciclistas a nível mundial.

O primeiro dia na prova foi para esquecer. O ciclista português chegou a ter um atraso para o camisola amarela de mais de três minutos na geral, mas conseguiu ganhar três etapas, acabou em 2.º noutras duas e fez o que parecia impossível: vencer a prova que é uma espécie de antecâmara da Volta à França, o seu grande objetivo da época.

“No final, é uma lição: não devemos desistir, por vezes as coisas correm mal, nada é perfeito. Temos de continuar a lutar e conseguimos. Terei muito tempo para desfrutar desta vitória e estarei pronto para ajudar o Tadej no Tour. Esperemos conseguir mais vitórias lá”, avisou João Almeida, que agora vai descansar duas semanas até começar a preparar o Tour (21 etapas, realizadas entre 5 e 27 de julho de 2025).

Habituado a trabalhar para os colegas brilharem, na Suíça era ele o líder e favorito e não esqueceu a equipa na hora dos agradecimentos. “Estou muito contente. Tenho de agradecer à minha grande equipa. Estiveram muito, muito bem toda a semana. Sem eles, não conseguiria ter feito isto. Foram brutais e impecáveis”, disse o português, que já tinha vencido as voltas à Polónia e Luxemburgo em 2021.

isaura.almeida@dn.pt

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt