Fernando Gomes é o novo presidente do Comité Olímpico de Portugal
Fernando Gomes foi esta quarta-feira eleito presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP). O ex-líder da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) conseguiu 103 votos e derrotou Laurentino Dias, o outro candidato, que reuniu 78 votos. Gomes sucede a Artur Lopes, que tinha assumido o cargo após a morte de José Manuel Constantino, e irá tomar posse no próximo dia 25. A preparação do projeto Olímpico Los Angeles2028 é o grande desafio do novo líder do COP, "feliz" e "honrado" por poder "continuar a servi Portugal" e o Desporto nacional.
Tudo começou num desafio de um medalhado olímpico. No dia 20 de novembro do ano passado, Fernando Pimenta cumpriu o sonho de conhecer Cristiano Ronaldo. Depois de assistir ao jogo de Portugal com a Polónia no Estádio do Dragão, no Porto, o canoísta foi ao balneário da seleção nacional para conhecer o capitão da seleção, tendo, no caminho, desafiado publicamente Fernando Gomes a candidatar-se à presidência do Comité Olímpico.
A ideia ficou a marinar na cabeça do então líder da FPF, que se movimentou na sombra para montar uma candidatura sólida contra a desconfiança do mundo do olímpismo pelo percurso no futebol, modalidade que tem andado arredada dos Jogos. Chegou mesmo a ser atacado por Laurentino Dias e pelo atual presidente do organismo, Artur Lopes, por em 14 anos não ter ido a uma única Assembleia do COP.
Apesar disso saiu vencedor, assim como o tinha feito antes na Liga e na FPF. No discurso de vitória, agradeceu a todas as federações que participaram num ato eleitoral com 100% de adesão e prometeu “honrar” o legado de José Manuel Constantino e “fazer história no desporto português”.
A primeira medida foi anunciada ao DN, ontem, dia da sua eleição: “Reunir, de forma participativa, e ouvir os representantes das federações, olímpicas e não olímpicas, e dos atletas para fazermos eventuais ajustes às prioridades identificadas. Faremos também o lançamento das bases para a criação de uma rede olímpica, que nos ajude a fazer crescer o olimpismo e a dar melhores condições aos nossos atletas e federações.”
Para o agora eleito presidente , o Comité Olímpico “deve ser independente e colaborativo, cultivando um espírito de cooperação” e “ser um motor de transformação social, promovendo o desporto para todos”, sem deixar de lado o “compromisso com a excelência e o desenvolvimento do desporto”. E tudo isto, “sem interferências partidárias” e “assegurando que todas as decisões são fundamentadas nos melhores interesses do olimpismo”.
No mandato para o quadriénio 2025-2029, que irá iniciar no dia 25, quando tomar posse, Fernando Gomes promete “construir uma rede olímpica capaz de suportar um ecossistema de alta performance”, através da modernização das infraestruturas e da otimização do sistema de bolsas e do apoio à transição profissional dos atletas. E ainda “elevar o desporto nacional a um novo patamar, aumentando também a influência de Portugal nos principais organismos globais, como o COI e o COE, através do desenvolvimento de líderes portugueses e da capacitação de dirigentes para posições de destaque”, à semelhança do que fez no futebol nos últimos 14 anos.
Nascido no Porto, no dia 21 de fevereiro de 1952 (73 anos), o antigo basquetebolista, formado em Economia, fez da gestão desportiva carreira. Foi presidente da federação de basquetebol e da Liga Portugal antes de ser administrador da SAD do FC Porto e chegar à federação mais importante do desporto nacional, a Federação Portuguesa de Futebol, em 2011. Ficou na Cidade do Futebol até fevereiro... para anunciar a candidatura à presidência do Comité Olímpico de Portugal.
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