A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) vai assumir a organização da Volta a Portugal em bicicleta em 2026. Depois da quebra do contrato de concessão, que vigorava desde 2017, relativo à organização de provas do calendário nacional, o organismo federativo informou ainda que irá também chamar a si, e de forma provisória, a planificação da Volta ao Alentejo, mantendo igualmente a organização da Volta ao Algarve.Já “a Volta a Portugal do Futuro passará a ser organizada exclusivamente pela Federação, com o propósito de promover a descoberta e afirmação de novos talentos e facilitando a transição para o ciclismo profissional”, segundo se pode ler no comunicado da federação. A instituição liderada pelo antigo ciclista, Cândido Barbosa, garante que “esta solução transitória permitirá viabilizar as provas desportivas na próxima época, prevendo também a adoção de um modelo alargado de parceria que potencie e projete estas competições”. A federação revelou ainda, que já encetou contactos com potenciais parceiros nacionais e internacionais para encontrar o substituto da Podium, empresa que organizou a Volta a Portugal nos últimos 24 anos (desde 2001).Concluída a época de 2026, a Federação irá avaliar os resultados deste modelo transitório de gestão e equacionar o lançamento de uma nova concessão de longo prazo, em moldes que garantam a sustentabilidade das provas mais emblemáticas do ciclismo nacional. Na segunda-feira, dia 10 de novembro, a FPC justificou a decisão de acabar com a concessão, com “a defesa do interesse público, do conjunto do ciclismo português e da própria Volta a Portugal”. Segundo a federação, a decisão foi tomada devido a “incumprimento reiterado das obrigações contratuais e de pagamento por parte da Podium Events, situação que se agravou ao longo do último ano, apesar das várias tentativas de resolução amigável promovidas pela FPC”.Mas a empresa diz não reconhecer a “alegada dívida” que lhe é imputada pelo organismo presidido por Cândido Barbosa, “por carecer de base factual adequada, e de validação conjunta”, ou fundamento jurídico ou contratual que “legitime a pretensão” da resolução do contrato de organização e exploração comercial da prova.Num comunicado assinado pelo administrador Vasco Empis e enviado à agência Lusa, a Podium garantiu que alertou “de forma contínua e devidamente fundamentada” a FPC do impacto que a pandemia de covid-19 e os escândalos de doping, relacionados com o fim da W52-FC Porto, tiveram, revelando ter solicitado “por diversas vezes” a revisão equitativa do mesmo..Podium Events acusa federação de "falta de decoro e lealdade" no fim da concessão da Volta