De olho na NBA, Neemias Queta assinou com agente de Luka Doncic
Neemias Queta assinou contrato com o empresário espanhol Quique Villalobos da BDA Sports, empresa do superagente Bill Duffy, que tem sido a principal porta de entrada na NBA dos basquetebolistas não americanos, como Luka Doncic, o esloveno dos Dallas Mavericks, uma das maiores estrelas da NBA, o gigante japonês aposentado Yao Ming ou o canadiano Steve Nash.
O antigo jogador de basquetebol do Real Madrid na década de 80, conhecido pela alcunha de "Air" - antes de aparecer Air Jordan - é o novo agente do português, que no dia 29 de julho saberá se é escolhido no draft. Villalobos é ainda empresário de Betinho Gomes, o jogador do Benfica que em 2007 esteve perto de ser o primeiro português na liga norte-americana de basquetebol, e de Rafa Lisboa, o filho de Carlos Lisboa, que também ambiciona jogar nos Estados Unidos.
Assinando por esta empresa, o jogador do Barreiro vê aumentadas as possibilidades de ser escolhido. Hoje em dia só o talento não chega, é preciso uma boa agência para entrar na NBA.
Após uns dias de férias em Portugal em maio, o jogador voltou aos EUA para preparar os treinos com potenciais futuras equipas. Nesta fase ainda não é permitido treinar com equipas, por isso o português está a treinar em Santa Bárbara (Los Angeles), com os treinadores da BDA Sports, na companhia de outros cinco atletas da empresa que também se propuseram ao draft (Scottie Barnes, Greg Brown III, Josh Christopher, Balsa Koprivica e Ethan Thompson).
Questionado se já pode revelar as equipas interessadas em Neemias e onde ele poderá treinar, Quique Villalobos explicou ao DN: "Não, ainda não há nada definido. De acordo com o protocolo da NBA só depois do dia 1 de junho isso pode acontecer. Agora vamos analisar as diferentes opções e saberemos quais as equipas interessadas em trabalhar com ele." E destacou a importância de ele se "preparar bem para o recrutamento" para ter mais oportunidade de ser eleito.
Para o agente espanhol, "Neemias é um jogador completo, um bom defesa, que lê bem o jogo, passa bem a bola, é alto e ágil. Tem muito potencial, que precisa de ser desenvolvido e trabalhado". Questionado sobre o facto de os defensores serem os jogadores com menos hipóteses de serem eleitos nos primeiros lugares do draft, Villalobos defendeu que "ser um bom defesa é uma vantagem e não uma desvantagem".
Quetão, como é conhecido Neemias Queta Barbosa entre amigos, vive o sonho americano. Com 20 anos e 2,11 metros, mãos grandes e braços longos, o português do Barreiro, que foi para os EUA com uma bolsa universitária, fez pela vida no campeonato universitário de basquetebol - jogou quase três anos nos Utah State Aggies - com a NBA no horizonte. Ao DN confessou que, para ele, "um desarme é das melhores coisas que se pode fazer" e que "a longo prazo gostava de ser um jogador com grande potencial na NBA e chegar ao hall of fame".
Em 2019 chegou a disponibilizar-se para o draft e a mostrar-se nos Utah Jazz da NBA. Walt Perrin, um dos dirigentes da franquia de Salt Lake City, chegou a elogiar o "miúdo novo", mas ele acabou por se retirar. Um recuo estratégico para continuar a crescer nos Aggies e construir um perfil mais atrativo.
Nomeado para melhor defesa do campeonato universitário norte americano 2020-22, Neemias está a dois meses de poder fazer história no basquetebol nacional e ser o primeiro português a jogar no maior e mais espetacular campeonato do mundo.
Apesar dos bons números nesta época, os especialistas não o colocam como elegível na primeira ronda, mas dão-lhe possibilidade de ser chamado na segunda ronda e em boa posição para ser chamado por alguma equipa fora do draft.
isaura.almeida@dn.pt