Autogolo dita derrota do Benfica no regresso de José Mourinho a Stamford Bridge
TOLGA AKMEN

Autogolo dita derrota do Benfica no regresso de José Mourinho a Stamford Bridge

Benfica perdeu com o Chelsea (1-0), num jogo decidido com um lance infeliz de Richard Ríos. Encarnados seguem sem conseguir pontuar na Champions.
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No jogo 152 na Liga dos Campeões, o primeiro como treinador do Benfica, José Mourinho voltou a "casa", Stamford Bridge, e perdeu com o Chelsea (1-0). Uma derrota fruto de um autogolo de Richard Ríos, que penalizou uma boa atuação da equipa encarnada em Londres.

O jogo da segunda jornada da fase liga da Champions era (e foi) especial para aquele que se batizou de Special One quando chegou a Londres, em 2004, para treinar o Chelsea, clube onde, em duas passagens conquistou três Premier League, uma Taça de Inglaterra, uma Community Shield e ainda duas Taças da Liga Inglesa. Daí o regresso ter sido assinalado pelos londrinos com saudosismo e pelo Benfica e pela UEFA, que saudou a volta do técnico português aos jogos da Champions, prova que venceu duas vezes (em 2004, pelo FC Porto e em 2010 pelo Inter de Milão), cinco anos depois de ter orientado o Tottenham.

Chelsea e Benfica pretendiam somar os primeiros pontos na prova depois das estreias amargas na presente edição da Liga dos Campeões - londrinos caíram aos pés do Bayern Munique (3-1), enquanto as águias foram surpreendidas pelo Qarabag (2-3), num jogo que levou à troca de Bruno Lage por Mourinho.

Para a estreia na Champions como treinador do Benfica, esta terça-feira, dia 30 de setembro, o setubalense manteve Lukebakio no onze e apostou ainda em Barrenechea. O Benfica ia derivando entre o 4x5x1 e o 4x4x2 com Pavlidis e Lukebakio mais adiantados e linha de três médios a defender, mas o mestre só não podia prever que iria ser traído por um dos seus: Richard Ríos. O lance que deveria ser um corte de bola a um cruzamento de Garnacho transformou-se num inexplicável remate à baliza de Trubin, que colocou o Benfica a perder aos 18 minutos de golo.

A reação de Mourinho, que tinha avisado que os primeiros 20 minutos seriam decisivos para o filme do jogo, ao autogolo foi a de aplaudir a equipa, puxando-a assim para uma reação, mas era preciso digerir o golpe primeiro.

O Chelsea ia tendo mais bola, mas também sentia dificuldades em ultrapassar o bloco baixo do Benfica. A equipa encarnada ia conseguindo impedir a primeira fase de construção dos blues e ficava a ideia de que os encarnados podiam chegar ao empate, mas o jogo foi baixando de intensidade a partir da meia hora de jogo e o intervalo chegou com o 1-0 para os da casa.

No segundo tempo, os campeões do Mundo de clubes assumiram o controlo do jogo, com os encarnados a conseguirem boas aproximações à baliza de Robert Sánchez. Mourinho queria certamente acreditar que estava a ler bem o jogo e só mexeu na equipa aos 72 minutos... e porque foi obrigado. Depois do choque de cabeça entre António Silva e Trubin, o técnico tirou o central e fez entrar Tomás Araújo. E ainda Sudakov por Ivanovic e Richard Ríos por Leandro Barreiro.

Mudar as peças sem mudar o sistema melhorou as dinâmicas ofensivas da equipa encarnada, que acabou o jogo a pressionar o Chelsea, mas, mesmo com mais seis minutos para lá dos 90 e mais um jogador em campo, por expulsão de João Pedro, o Benfica não encontrou o caminho para a baliza adversária e saiu de Stamford Bridge com mais uma derrota. Segue-se a visita ao Dragão, para a I Liga, em mais um regresso que se adivinha especial para José Mourinho.

José Mourinho: "Uma derrota é sempre uma derrota"

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"Não vou estar com muitos rodeios. Uma derrota é sempre uma derrota, por muito bem que se jogue ou imerecida que seja. Isso é uma verdade que não quero esconder dos meus jogadores, inclusive já falámos sobre isso. Mas há perder e perder. Há perder e ter vergonha de sair de casa no dia seguinte, e há perder e ter a sensação de que se fizeram muitas coisas bem, que se teve atitude e coragem. Jogou-se olhos nos olhos contra uma boa equipa, perdeu-se mas poderia ter-se conseguido um resultado diferente", reagiu o treinador do Benfica.

Mourinho confessou mesmo, que "com tão pouco tempo para treinar", este foi o jogo mais conseguido: "Equipa muito estável, organizada, sem problemas do ponto de vista tático, defensivos. Depois entramos naquela fase dos 75 minutos, em que sinto que temos gente cansada. Lukebakio cansado, Sudakov cansado, os três médios com amarelo e o jogo ia partir-se... O Chelsea, fortíssimo na transição, faço mudanças para tentar dar outra frescura e intensidade. Mas eles tinham no banco jogadores melhores do que aqueles que estavam a jogar..."

E depois, em declarações à Sport TV, entrou na fase em que explicou como leu o jogo e mexeu na equipa. "Quando vou provocar o Malo Gusto com o Schjelderup, eles metem o [Reece] James. Acabaram por se aguentar. Tenho a sensação, e não quero afirmar porque não quero ser idiota se errar, que o João Pedro poderia ter visto o segundo amarelo muito antes numa bola com o Otamendi. No último fim-de-semana o Chelsea perde porque joga com um a menos, e hoje, se isso acontece, o jogo iria com certeza virar", explicou o técnico "chateado" com a derrota, mas otimista para o próximo jogo face ao crescimento da equipa.

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