José Mourinho com a taça da Premier League de 2014/2015.
José Mourinho com a taça da Premier League de 2014/2015.DR/Premier League

Mourinho volta a Stamford Bridge, um dos palcos que o consagrou. "Pertenço à história do Chelsea"

Treinador retorna a um estádio onde escreveu capítulos importantes da carreira e consolidou seu nome no futebol europeu; encarnados tentam primeiros três pontos da época na Liga dos Campeões.
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A noite de terça-feira, 30 de setembro, marcará o reencontro entre José Mourinho e um clube que o treinador do Benfica conhece como poucos. Na segunda partida da fase de liga da Liga dos Campeões, a equipa encarnada visita o Chelsea (20h) em Stamford Bridge, palco onde o treinador português se consolidou como um dos principais técnicos do mundo nas últimas décadas.

Foram duas passagens pelos blues, sendo a primeira em 2004/05, quando partiu para a primeira aventura fora do país. O impacto foi imediato: Mourinho conquistou a Premier League por dois anos consecutivos, quebrando uma sina de 30 anos do Chelsea sem o principal troféu de Inglaterra. Após a saída para o Inter de Milão e, posteriormente, Real Madrid, o setubalense ainda teve um segundo trabalho em Stamford Bridge, onde voltou a conquistar a Premier League na época 2014/15.

"É como voltar para casa", disse o treinador na última semana. "O Chelsea faz parte da minha história e eu faço parte da história do Chelsea", sublinhou. Uma afirmação impossível de refutar. O casamento entre Mourinho e o clube londrino colocou ambos em patamares distintos: o primeiro provou ao mundo que, de facto, poderia ser dos grandes nomes à beira dos relvados europeus, tornando-se no Special One, como se autointitulou, com adeptos e imprensa a renderem-se à alcunha.

Já o Chelsea deu o passo que se esperava, saindo de um clube de meio de tabela para protagonista no futebol inglês e europeu, papel que desempenha até hoje.

E se por enquanto as atuações das águias sob comando do novo treinador ainda não empolgam neste regresso de Mourinho a Portugal, a atual fase do Chelsea pode ser um bom motivo para o adepto benfiquista acreditar na conquista de um ponto - ou três - em Londres. Campeão da Liga Conferência na última época, o Chelsea iniciou a época 2025/26 cercado de expectativas pela conquista do Mundial de Clubes nos Estados Unidos, em maio, quando superou o favorito PSG numa decisão contra todos os prognósticos (3-0 para os blues).

A atual forma, no entanto, deixa a desejar. Mesmo com um dos maiores investimentos do mundo no seu plantel nesta janela de transferências, os londrinos não têm tido vida fácil nos primeiros meses da nova época, com o então prestigiado técnico Enzo Maresca a ser alvo de críticas por parte da imprensa britânica e adeptos do clube londrino.

Nos seis primeiros jogos da Premier League, são duas vitórias, dois empates e duas derrotas para o Chelsea, que ocupa a oitava posição na tabela do campeonato inglês. Na Liga dos Campeões, a pressão por uma vitória em casa é grande, especialmente após a estreia com derrota face ao Bayern (3-1). Uma atmosfera de pressão que Mourinho poderá colocar a favor da equipa benfiquista. Mesmo que os números do técnico não mostrem bom desempenho quando Mourinho volta à "sua casa" britânica.

Além de ser das equipas que mais treinou, o Chelsea é também a quarta equipa que Mourinho mais vezes enfrentou ao longo da carreira. Foram ao todo 14 partidas, divididas entre os tempos de Inter de Milão, Manchester United e Tottenham, somando cinco vitórias, dois empates e sete derrotas. Visitando os blues, o retrospecto é ainda mais negativo.

Em Stamford Bridge, das oito oportunidades que enfrentou o Chelsea como visitante, apenas uma vez Mourinho conseguiu derrotar a sua antiga equipa: foi no longínquo 16 de março de 2010, quando Samuel Eto'o foi o responsável pelo golo solitário do Inter, futuro campeão da Liga dos Campeões daquele ano, por 1-0, em partida válida pelos oitavos de final.

Dessa vez, o treinador procura trazer para Lisboa os primeiros pontos da época na competição europeia. A trajetória encarnada não começou nada bem, com a derrota em casa contra o Qarabag (2-3), fatídico encontro que decretou a saída de Bruno Lage do comando da equipa e, consequentemente, o regresso de Mourinho à Portugal e à Liga dos Campeões, prova que não disputa há cinco anos.

Da última vez que disputou a principal competição europeia, o treinador comandava justamente um rival do Chelsea, o Tottenham. Na edição 2019/20, Mourinho conseguiu levar os Spurs aos oitavos de final, quando foi derrotado pelo RB Leipzig.

Para voltar às noite eliminatórias da principal competição de clubes do mundo, no entanto, é necessário antes fazer um bom papel nesta fase de liga. A primeira oportunidade para o treinador é nesta terça-feira. E nada melhor do que num lugar onde se considera em casa.

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