25 anos depois, outro Conceição ajudou a seleção a abater a Alemanha
Roberto Martínez quebrou o enguiço alemão e, 25 anos depois, Portugal voltou a vencer a Alemanha (2-1). O selecionador português tinha antecipado esse desejo/objetivo de repetir o feito de Humberto Coelho no Euro2000 e consegui-o com ajuda dos golos de Francisco Conceição e Cristiano Ronaldo.
A seleção nacional apurou-se para a final da Liga das Nações, prova que tentará vencer pela segunda vez, depois de 2019, no domingo, às 20h00, em Munique, com o vencedor do duelo de hoje, entre a Espanha e a França.
O jogo desta quarta-feira na Alliaz Arena começou dez minutos atrasado devido à chuva de granizo que caiu sobre Munique perto da hora do jogo entre portugueses e alemães. Roberto Martínez promoveu quatro alterações e apresentou um onze inicial sem Vitinha, Rafael Leão e com João Neves a lateral direito.
O selecionador Julian Nagelsmann promoveu uma mini revolução, mudou seis peças em relação ao último jogo e até promoveu uma estreia absoluta (Nick Woltemade) no jogo de homenagem ao capitão Joshua Kimmich pelos 100 jogos na Mannschaft.
Portugal começou mais assertivo e criou perigo na exploração da profundidade - principalmente na ala esquerda onde Pedro Neto e Nuno Mendes -, mas faltou decidir bem o último passe e junto à área. Pedro Neto e Cristiano Ronaldo criaram oportunidades, mas podiam ter decidido melhor e não conseguiram mais do que criar a ideia de estarem a dominar a seleção em determinados momentos dos jogo.
A Alemanha teve mais posse de bola (57%/43%) e mais remates à baliza (4x1), mas o ataque organizado da Mannschaft teve dificuldade em passar a muralha defensiva portuguesa e recorreu ao plano B para criar perigo: os remates de fora da área. O remate de Nick Woltemade aos 19 minutos fez Diogo Costa brilhar e impedir o golo dos alemães... e repetiu a enorme defesa dois minutos depois, quando Leon Goretzka.
O espalha brasas e o suspeito do costume
O segundo tempo começou com uma ameaça de golo de CR7. Nuno Mendes arrancou pela esquerda e fez um grande cruzamento a fugir da defesa e Ronaldo tentou encostar ao segundo poste, mas ficou a centímetros... A reação alemã ao lance foi imediata e eficaz. Servido com um passe picado por Kimmich, Florian Wirtz fez o 1-0. O lance é polémico, mas o golo foi validado pelo árbitro, que considerou que o outro jogador alemão junto de Wirtz não interferiu na jogada.
O banco português protestou e o árbitro mostrou alguns amarelos, incluindo ao selecionador nacional, Roberto Martínez, que olhou para o banco e mandou entrar Vitinha para pegar no jogo e Francisco Conceição, que fez uso da alcunha de “espalha brasas” que o selecionador lhe colocou quando o chamou pela primeira vez e empatou o jogo com um golaço. Um espetacular remate em arco sem hipóteses para Ter Stegen.
Os alemães devem ter-lhe reconhecido o apelido. Há 25 anos, o pai, Sérgio Conceição tinha aplicado um das maiores derrotas da Mannschaft com um fabuloso hat-trick (3-0), no Euro2000, naquela que a última vitória da seleção sobre os alemães.
Feito o empate, a equipa portuguesa pegou no jogo e cinco minutos depois Cristiano Ronaldo tratou da cambalhota no marcador. O capitão recebeu a bola de Nuno Mendes, que já tinha servido Francisco Conceição para o 1-1, e só teve de encostar para o segundo de Portugal.
Depois foi preciso ter cabeça fria e ... sorte... Adeyemi rematou ao poste aos 82 minutos e Ter Stegen. Dois milagres do guardião alemão impediram o terceiro de Portugal, que assim se apurou a final da Liga das Nações.
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