Roberto Martínez: "Precisamos deste jogo para continuar o objetivo de ganhar títulos a nível internacional"
Roberto Martínez vai fazer o 29.º jogo no banco da seleção nacional e não tem dúvidas de que é possível vencer a Alemanha, em Munique, esta quarta-feira (20h00, RTP1), e quebrar um enguiço com 25 anos.
Os alemães são a besta negra dos portugueses, que, nos últimos cinco duelos, sofreram cinco derrotas. Mas para o selecionador não é só Portugal que tem sentido dificuldades. "A Alemanha é uma equipa que arrisca, o treinador está a fazer um trabalho muito interessante. Não é tanto o individual, é mais o coletivo. Gostam de arriscar, do jogo interior. Mas, depois, se analisarmos os dados dos últimos oito jogos, as duas equipas são muito muito semelhantes: 16 golos de bola corrida, 8 sofridos. A Alemanha marca mais de bola parada, mas, no geral, é muito semelhante", disse o técnico, que encara este jogo como uma oportunidade para mostrar o valor da seleção e ajustar conceitos para o Mundial 2026.
"Respeitamos muito a Alemanha, jogar fora é um duplo-desafio. Para nós é a Alemanha, mas também a oportunidade para atingir o máximo nível num desempenho fora de casa", disse Martínez, repetindo assim uma ideia que já tinha revelado numa conversa com o DN durante a visita ao Casa Pia.
Sobre o facto de ainda não ser consensual entre os adeptos portugueses, o selecionador respondeu com números: "No futebol, as opiniões são subjetivas. Isso faz parte de ser um selecionador e do meu trabalho. O importante são os dados. Olho para os 28 jogos que jogámos, a equipa mostrou sempre um bom compromisso. Temos o maior número de pontos, de golos, de vitórias durante os 28 jogos ao longo da última década da seleção. É nisso que o selecionador se foca."
Segundo ele, Portugal está onde quer estar: a final four da Liga das Nações. "Acho que agora precisamos deste jogo para poder continuar o objetivo: ganhar títulos a nível internacional. Aqui, temos uma oportunidade. E daqui a 12 meses temos o Mundial. A minha ideia é o contexto global e continuar a trabalhar para preparar a equipa. As opiniões fazem parte", respondeu diplomaticamente o técnico.
Sobre as opções para o jogo das meias-finais, e se vai utilizar os jogadores do PSG — incluindo a dupla de médio Vitinha e João Neves, que venceram a Champions, mas só fizeram um treino com a equipa —, Martínez disse ter dois planos na cabeça. "O aspeto emocional é muito importante para nós. Que o João, o Vitinha, o Gonçalo e o Nuno tenham conquistado a Liga dos Campeões, é contagioso, uma energia positiva. Mas é importante ter uma adaptação boa. No primeiro dia fizeram um treino geral, hoje fizeram um bom treino, e agora é avaliar as próximas 24 horas. Vamos ter dois jogos em quatro dias e precisamos de gerir todos os jogadores. Os níveis de energia, os conceitos táticos... O que precisamos de fazer durante o jogo faz parte. O aspeto emocional é importante, mas a decisão é esperar até amanhã", respondeu, garantindo que ainda não fez a equipa.
"Honestamente, posso dizer que a decisão vai ser tomada nas próximas 24 horas. Tivemos jogadores que fizeram viagens, particulares, jogaram jogos importantes. É importante avaliar bem. Posso dizer que os 23 jogadores de campo estão preparados, bem como os três guarda-redes. Todos podem ajudar e trazer qualquer coisa diferente. E isso deixa-me orgulhoso. Mas, até amanhã, não temos ideia do onze inicial. E os jogadores do banco também são importantes", disse o selecionador, garantindo que "vai utilizar os jogadores da melhor forma possível".