O luso-americano Sérgio Pinheiro, radicado nos Estados Unidos desde os cinco anos, acaba de realizar a sua primeira longa-metragem, “Wormtown”, depois de trabalhar como editor em duas temporadas de uma série da HBO. “É um filme de terror, mas mais para o apocalíptico e ficção científica”, disse à Lusa o realizador luso-americano, que emigrou com a família para Massachusetts nos anos oitenta e em 2000 rumou a Los Angeles. “A ideia é que, de repente, pessoas começam a ser infetadas por minhocas”, descreveu. “Exploramos os efeitos sociais que acontecem quando um certo grupo de pessoas fica doente com estes parasitas e a quebra nas fações de pessoas que são e não são infetadas, e a maneira com que cada grupo reage a esta situação”, contou. O argumento, do produtor Andy Myers, foi buscar alguma inspiração à pandemia da covid-19 e aos fenómenos que aconteceram nos últimos dez anos, incluindo a influência da religião na política. O filme é uma produção da Good Deed Entertainment, um estúdio independente que se mudou da Califórnia para Ashland, Ohio, por causa dos incentivos e impostos mais baixos. Foi nessa pequena vila que Sérgio Pinheiro filmou esta primeira longa-metragem, que é protagonizada por Caitlin McWethy, Rachel Ryu e Emily Soppe. As autoridades locais mostraram-se entusiasmadas com o projeto e chegaram a fechar estradas durante o dia para permitir as filmagens. “Agora estamos à espera de ver se vai ser aceite nos festivais”, indicou Sérgio Pinheiro. “Também mandámos o filme para o Motel X em Lisboa”. Ter uma exibição em Portugal é um sonho do luso-americano, que nasceu em Lisboa em 1977 mas cresceu nos Estados Unidos. Mantém um domínio notável da língua portuguesa e revelou que filmar em Portugal é algo que tem na mira. “Uma coisa que eu gostava de fazer um dia era filmar alguma coisa em Portugal. Foi sempre um sonho que eu tinha, para um dia voltar e ter um projeto para filmar”, confessou. Com uma longa carreira dedicada à edição – incluindo o trabalho na série “Ten Year Old Tom” da HBO –, Sérgio Pinheiro está agora a concretizar o objetivo de realizar. Além de “Wormtown”, que conta com produção de Phil Garrett, já está a trabalhar com a Good Deed Entertainment noutra longa-metragem, que será de “suspense psicológico”, como o luso-americano gosta. Ao longo da carreira, em que estudou realização, guionismo, cinematografia e edição, fez projetos muito diversos, desde vídeos de música a edição de animação e realização de curtas. Aos 48 anos, planeia visitar Portugal com frequência, aproveitando que os pais regressaram ao país natal depois de se reformarem..Realizador português Miguel Gomes convidado para integrar Academia de Hollywood.'The Naked Gun': quem salva a comédia?