Exclusivo O acontecimento Isabelle Huppert

Em Veneza 2022 não têm faltado as majestosas interpretações femininas. Na secção Horizontes Isabelle Huppert teve ovação demorada pelo trabalho em La Syndicaliste, de Jean-Paul Salomé. Enquanto isso, já foi mostrado Master Gardener, um apenas razoável Paul Schrader, exibido no seu tributo.

Eis um filme que troca as voltas do espectador: La Syndicaliste, de Jean-Paul Salomé, com uma distante Isabelle Huppert. O que à partida parece uma obra de género: o filme-de-tribunal mais tarde torna-se numa câmara de desconforto para quem o vê. Aqui, de forma imprevisível é o público quem é posto em dúvida: em quem acreditar: numa mulher que se diz violada ou num inquérito policial masculino que diz que ela inventou?

O caso é real: Maureen Kearney, delegada sindical de uma companhia de energia nuclear é encontrada no seu apartamento amarrada a uma cadeira e com tenebrosos sinais de agressão, precisamente na manhã em que tinha uma audiência com o Presidente François Hollande para o avisar de um esquema de negócio com a China que iria fazer com que a sua empresa perdesse mão de obra francesa, supostamente uma negociata que implicava figuras perto do antigo líder da nação, Sarkozy. Subitamente, um investigador da polícia começa a duvidar de Maureen e em tribunal é acusada de inventar a sua violação e agressão. O filme de Salomé é a odisseia desta mulher para tentar que a sociedade e os colegas acreditem na sua versão, mesmo quando muitos duvidam da sua saúde mental, em parte devido ao facto de no passado já ter tido um trauma de violação.

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