Morreu o ator James Earl Jones, a voz de Darth Vader
Jemal Countess / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Morreu o ator James Earl Jones, a voz de Darth Vader

Notícia da morte foi confirmada aos media especializados norte-americanos pelo representante do ator.
Publicado a
Atualizado a

James Earl Jones, o ator que ficou famoso por dar a voz a Darth Vader na saga Star Wars mas também por vários papéis ao longo de uma carreira de 60 anos, morreu esta segunda-feira. Tinha 93 anos.

A notícia da morte foi confirmada pelo representante do ator aos media da especialidade norte-americanos.

Jones fazia parte do restrito grupo de atores que conquistou o famoso EGOT: um Emmy, um Grammy, um Óscar e um Tony. Isto além de vários outros prémios. Além do vilão da saga crianda por George Lucas, ficou também popularmente conhecido por dar a voz a Mufasa, na versão animada do Rei Leão, da Disney. 

Mas Conan, o Bárbaro (1982), Um Príncipe em Nova Iorque (1988), Caça ao Outubro Vermelho (1990) ou Jogos de Poder - O Atentado (1992), muitos foram os filmes que fizeram o ator entrar no imaginário popular.

Nascido a 17 de janeiro de 1931 em Arkabutla, no Mississippi, James Earl Jones, venceu um Óscar honorário na cerimónia da Academia de 2012.

Nada o predestinou para se tornar numa das vozes mais emblemáticas da história do cinema: até aos 8 anos, o jovem James Earl Jones mal falava devido a uma forte gaguez.

"A gaguez é dolorosa. No catecismo, estava a tentar ler as lições e as crianças atrás de mim rebolavam no chão de tanto rir", contou ao Daily Mail, em 2010.

James Earl Jones mudou-se com a família para Michigan, no norte dos Estados Unidos, aos 5 anos.

Recuperou finalmente o controlo da fala graças à recitação de poemas, por iniciativa do seu professor de Inglês, ele próprio poeta.

Nesta altura, no entanto, o jovem ainda não considera uma vocação artística, mas sim estudar medicina, ou seguir a carreira militar.

Depois de completar o seu serviço no Exército dos EUA como tenente, mudou-se para Nova Iorque em meados da década de 1950 para tentar tornar-se ator, enquanto à noite trabalhava como porteiro. "Limpei algumas casas de banho", destacou à rádio NPR, em 2014.

O ator estreou-se na Broadway em 1958 com a peça "Sunrise at Campobello" no Cort Theatre, rebatizado James Earl Jones Theatre em 2022.

Entre 1961 e 1964, representou em Nova Iorque em "The Blacks", uma peça de Jean Genet, ao lado da poetisa Maya Angelou.

O seu primeiro papel no cinema surgiu com "Doutor Strangelove", de Stanley Kubrick, onde interpretou o Tenente Zogg a bordo de um bombardeiro B-52.

O tema militar será frequentemente recorrente na sua filmografia, nomeadamente através do seu papel de Almirante Greer na saga cinematográfica "Jack Ryan", ou mesmo de sargento-mor em "Stone Gardens" de Francis Ford Coppola em 1987.

O seu primeiro reconhecimento na indústria surgiu em 1969, com a vitória nos Tony Awards, prémios do teatro americano, pelo papel principal na peça "O Insurgente".

Conta a história verídica de Jack Johnson, o primeiro pugilista afro-americano campeão e da "grande esperança branca" esperada pelo público branco norte-americano para o destronar.

Sucesso de crítica, a peça foi adaptada para filme no ano seguinte. James Earl Jones repete o papel de Jack Johnson e a sua prestação valeu-lhe uma nomeação ao Óscar e um Globo de Ouro.

Ao todo, o ator foi nomeado quatro vezes para os Tony Awards entre 1969 e 2012, e ganhou dois, além de um Tony especial para toda a sua carreira em 2017. O cinema distinguiu-o ainda em 2011 com um Óscar de honra.

George Lucas, o criador de Star Wars, escolheu-o, depois de considerar Orson Welles, para interpretar a voz daquele que viria a ser o vilão mais famoso da história do cinema, Darth Vader.

"O George queria uma voz mais sombria. Então contratou um tipo que nasceu no Mississipi, cresceu no Michigan, tinha gaguez e essa voz era eu", salientou James Earl Jones numa entrevista, em 2009, ao American Film Institute.

O ator inicialmente não queria que o seu nome aparecesse nos créditos dos primeiros episódios de Star Wars, acreditando que o seu trabalho se assemelhava mais a efeitos especiais, e preferindo que o reconhecimento fosse para o ator por detrás da máscara, David Prowse, segundo a revista especializada Far Out. Com Lusa

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt