Morreu esta sexta-feira, dia 17 de outubro, o historiador António Borges Coelho. Tinha 97 anos, feitos no passado dia 7.A notícia foi confirmada pelo Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) no seu site. Na publicação, o SPGL destaca a vida do historiador, que foi "uma permanente luta pela liberdade, paga com anos nas prisões do fascismo, na proibição, pela ditadura, de ensinar em escolas públicas".Segundo o jornal Público, António Borges Coelho foi vítima de uma pneumonia, após ter contraído covid-19.Na nota publicada no seu site, o SPGL destaca a "visão da História" deixada pelo professor, que sublinhou "o papel e o lugar do povo anónimo na construção do país".."Ao Marquês de Pombal não faltava o sentido da propaganda".Com a queda do Estado Novo, Borges Coelho tornar-se-ia professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL)."Borges Coelho continuará como um exemplo, um mestre que indica os caminhos a trilhar, em luta permanente, por uma sociedade de justiça e de verdadeiro humanismo", destaca o SPGL.A vida de António Borges Coelho foi marcada pela luta contra o Estado Novo, tendo sido dirigente do PCP na clandestinidade, o que lhe valeu a prisão pela PIDE. Cumpriu dois anos e nove meses de pena.Segundo o Museu do Aljube (cujo conselho consultivo integrou até 2020), Borges Coelho optou por não integrar a fuga de Peniche, em 1960, por recusar "nova clandestinidade" e querer ter "uma carreira como historiador após a libertação".Em 1967, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas e, no ano seguinte, torna-se jornalista, tendo trabalho para alguns títulos como A Capital ou o Diário de Lisboa.Enquanto historiador, publicou várias obras, como A Inquisição em Évora ou As Raízes da Expansão Portuguesa.Em vida, Borges Coelho recebeu ainda várias condecorações, como a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, da Presidência da República, ou a Medalha de Mérito Cultural atribuída pelo Governo.