Quem passar pelo Jazz em Agosto 2025 pode ter a certeza de que verá o melhor do que se anda a fazer pelo mundo inteiro. É o diretor artístico do evento, Rui Neves, quem o garante. “Nós somos pessoas que ouvimos muitos discos, viajamos, vamos ver festivais lá fora. Estamos mergulhados em música todo o tempo. Portanto, tenho acompanhado as coisas todas e depois é um processo de escolher o melhor, o mais original”, afirma em conversa com o DN. É esse o mote para a escolha do cartaz, trazer ao país os melhores do jazz. A programação arranca hoje, dia 1 de agosto, com o Heart Trio, constituído por William Parker Ngoni, Cooper-Moore e Hamid Drake. Este concerto será no jardim da Gulbenkian. “Eles vão tocar instrumentos que eles próprios inventam, instrumentos de percussão, e envolvem a prática destes instrumentos numa mensagem da África, porque o jazz foi inventado pelos afro-americanos. Há aqui uma evocação deliberada também das origens mais profundas do jazz”, sublinha Rui Neves sobre o trio cujo concerto já se encontra esgotado.Outro destaque da programação é a vibrafonista Patricia Brennan com um septeto (grupo musical de sete pessoas ). “É uma música que é sobretudo muito original, e justamente também dá relevo às origens do grupo da Patricia Brennan”. Este concerto vai fechar a programação do evento no dia 10 de agosto, no jardim da Gulbenkian, e a artista irá apresentar o seu disco de estreia, lançado em 2024, Breaking Stretch. O diretor artístico reforça que estes dois destaques evocam as origens da música jazz. “Evidentemente, no meio destas duas balizas do Jazz em Agosto, há muito por onde se espraiar as expressões mais contemporâneas do jazz”, acrescenta. Durante este dias ainda estão programados o trio da pianista Kris Davis, que homenageia mulheres pianistas fundamentais no seu percurso; o trio do saxofonista Darius Jones, o trio do trompetista Luís Vicente, os Aleuchatistas 3, os Thumbscrew, o quarteto do contrabaixista João Próspero, o pianista Pat Thomas, os X-Ray Hex Tet e Rafael Toral, entre outros artistas. Depois dos concertos, o bar do jardim vai estar aberto até à uma da manhã. “É bom, há uma confraternização do público e os próprios músicos podem também estar presentes. Há músicos que gostam de falar com o seu público, e isso também contribui para um bom ambiente”, sublinha o diretor artístico. Este evento começou em 1984 com a ideia de Madalena Perdigão de criar um festival de jazz. “A primeira década do Jazz em Agosto é um desfile de personalidades importantes do jazz contemporâneo, o Cecil Taylor, o George Russell, o Jimmy Giuffre, e tantos outros que lá passaram”. Apesar de terem passado 41 anos desde a sua criação, o espírito inicial prevalece.”O que interessa é a novidade, é os músicos de agora, os que inventam coisas diferentes. Esse mesmo espírito com que começou é o que tem agora, e com músicos de qualidade. É sempre com o mesmo espírito de inovação, de coisa diferente e com o público já fidelizado”, acrescenta o diretor artístico. Segundo Rui Neves, vários espetáculos já se encontram esgotados. “É sempre assim que funciona. Os primeiros concertos são os que esgotam mais depressa, depois a seguir vão esgotando, mas é engraçado, porque significa que há um público que sabe o que quer e que fica satisfeito”, menciona, acrescentando que há muito público amante de jazz que vem ao festival, mas também um público que aparece em busca da novidade. “Há pessoas que querem conhecer músicas novas. Eu, por exemplo, sou dessas pessoas e sempre quis conhecer músicas novas. É como ouvir rádio que segue a novidade. Eu sinceramente nunca tive nenhum problema com audiências, mas estas são audiências pequenas”. Ao todo, o Jazz em Agosto 2025 será 14 concertos, a partir de hoje e até dia 10 de agosto, que vão decorrer em três espaços da Fundação Gulbenkian, no Anfiteatro ao Ar Livre, no Grande Auditório e Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Os preços dos bilhetes vão de dez a 20 euros. .Agenda Cultural de agostoFestival Sol da CaparicaO Festival Sol da Caparica está de regresso para a sua 10ª edição, que se irá realizar nos dias 14, 15, 16 e 17 de agosto, no Parque Urbano da Costa da Caparica. O cartaz conta com nomes como Da Weasel, Plutonio, Dillaz, David Carreira, Nininho Vaz Maia, Matias Damásio, Lon3r Johny. Este ano o festival terá mais um palco dedicado ao digital com nomes como os Primos, Cubinho, Plágio, entre outros.Pôr do Sol no casteloO Castelo de São Jorge vai receber o evento Pôr do Sol no Castelo durante o mês de agosto. A iniciativa junta à vista do castelo e ao pôr do sol uma programação musical. O dia 2 de agosto irá contar com a atuação de Ynes, no dia 9 de agosto com Agnes, no dia 16 de agosto com DJ Fellaz e no dia 30 de agosto com DJ RMA. Worten Mock FestO festival de comédia Worten Mock Fest chega a Lisboa entre os dias 28 e 30 de agosto. O evento irá decorrer no Cinema São Jorge, que receberá comediantes nacionais e internacionais. A programação conta com nomes como Rafi Bastos e Daniel Sloss, Ricardo Araújo Pereira, José Diogo Quintela, Miguel Góis, Diogo Batáguas, Luís Franco-Bastos, Luana Do Bem, entre outros. OutjazzO Parque Urbano do Jamor vai receber o Outjazz todos os domingos de agosto. A programação conta com diversos concertos gratuitos, como Rafael Santos Quinteto, DJ Fella Ayala, Jazzopa, DJ Mr. Bird, Juliana Mendonça Sexteto, DJ Refogado, Dj Mei Glez, Indra Trio e DJ Rádio Barraka. A entrada é gratuita.OperafestO Operafest Lisboa e Oeiras está de volta de 7 a 16 de setembro com o tema “amores proibidos”. O evento arranca com La Traviata de Verdi e uma Rave operática no Convento da Cartuxa, em Caxias. Da programação, destaca-se ainda a Dido e Eneias de Purcell, na Aula Magna, a estreia nacional da ópera Julie do compositor belga Philippe Boesmans, a Flauta Mágica de Mozart, workshops, conferências e cine-ópera na Cinemateca Portuguesa. A programação decorre entre Lisboa e Oeiras em locais como o Centro Cultural Olga Cadaval, El Corte Inglés em Lisboa e Aula Magna, entre outros locais. (H)á noite no MosteiroDurante o mês de agosto, o Mosteiro de São Vicente de Fora vai abrir as portas todos os sábados para visitas noturnas. As visitas têm uma duração aproximada de 90 minutos e são em português. O preço é de 15 euros por pessoa. Miradouro de BaixoDurante o mês de agosto vai realiza-se a iniciativa Miradouro de Baixo, na Rua de São Lázaro 72, em Lisboa, com diversas atuações todas as sextas e sábados, das 18h à meia-noite, com entrada livre. As atuações contam com nomes como Noite Persa, L.O.V.E, Diego El Gavi Trio, Patterns, Fresca, entre outros.