Fotogaleria. Eça de Queiroz já está no Panteão Nacional
Depois de um processo longo e algo polémico, os restos mortais de Eça de Queiroz já se encontram no Panteão Nacional de Santa Engrácia, em Lisboa.
A cerimónia contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do presidente da Fundação Eça de Queiroz, Afonso Reis Cabral.
Eça de Queiroz junta-se assim a personalidades como Amália Rodrigues, Almeida Garrett, Eusébio, Aristides de Sousa Mendes, Óscar Carmona, entre outros, cujos restos mortais se encontram no Panteão Nacional.
No seu discurso durante a cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se ao Panteão como “um lugar dos imortais”. “A maior homenagem a Eça será, sem dúvida, reeditá-lo, estudá-lo e, acima de tudo, lê-lo. Mas há atos de justiça, evidentes, como esta trasladação, mesmo não conhecendo as vontades do escritor sobre a matéria”, destacou o Presidente da República, acrescentando que nunca haverá uma “maneira certa de comemorar Eça, porque todas as comemorações ficam aquém”.
Para o Presidente da República, “as verdadeiras homenagens são feitas pelos milhões de leitores de Eça”.
Já o presidente das Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, no seu discurso referiu-se a Eça de Queiroz como um reformista. “Fala-nos de burocracias que desesperam até os mais pacientes, e de políticos - imaginem - que lidam mal com as farpas da imprensa. Fala-nos de tudo isto e nós revemos tantas vezes na sua prosa os traços do nosso país, diferente em muitas coisas e parecido em tantas outras. Atrás de uma escrita elegante e culta e de uma deliciosa ironia, está uma capacidade única de olhar o país”.
Em janeiro de 2021 foi aprovada a proposta do PS na Assembleia da República para deslocar os restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional. Alguns dos familiares do escritor tentaram impedir a trasladação, levando o processo ao Supremo Tribunal Administrativo (STA). A 25 de janeiro de 2024, o STA rejeitou o recurso, permitindo a trasladação.
Eça de Queiroz, que morreu a 16 de agosto de 1900, encontrava-se num jazigo de família, no cemitério de Santa Cruz do Douro, em Baião, tendo sido inicialmente sepultado no Cemitério do Alto de São João em Lisboa. Eça de Queiroz escreveu obras como Os Maias, O Primo Basílio, O Crime do Padre Amaro e A Tragédia da Rua das Flores.
*Com Lusa