Festival para atrair turistas a Faro assinala dez anos com mais um dia de espetáculos

Faro é conhecida pela Concentração de Motards que todos os anos enchem as ruas da cidade em julho desde 1981, e pelo Festival Internacional de Folclore, que vai já na 21.ª edição e que este ano decorre entre 17 e 23 de agosto. A estes dois eventos, promovidos por associações locais, juntou-se, há uma década, o Festival F, organizado pela autarquia da capital algarvia para atrair mais visitantes à cidade no final do verão. A 10.ª edição deste evento, dedicado à música portuguesa e publicitado como “o último grande festival de verão”, decorre este ano entre 4 e 7 de setembro.

“A câmara não tinha nenhum evento que efetivamente destacasse a cidade e que conseguisse atrair todos aqueles que ainda estão de férias, ou que vivem nas imediações de Faro, a tirarem um dia do seu tempo para vir até à cidade”, diz ao DN Paulo Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Faro e responsável pelo pelouro da Cultura.

O autarca diz que em dez anos já passaram pelo Festival F mais de 250 mil espetadores, foram realizados mais de 500 concertos de músicos portugueses e mais de 100 atividades paralelas, como exposições, tertúlias ou atividades para crianças. “E isso tem um impacto depois na economia, na restauração, na hotelaria, tem um impacto relevante. Tem também impacto no orgulho dos farenses e no retorno direto sobre a visibilidade e sobre a notoriedade da cidade”, sublinha o autarca.

Este ano o Festival F vai ter mais um dia de programação face ao que é costume. No último dia do evento, 7 de setembro, assinala-se o Dia do Município, e a câmara de Faro decidiu juntar as celebrações, baixando o preço das entradas nesse dia de 22 euros para dez euros. “O festival este ano tem mais um dia porque dá-se a coincidência do dia 7, que é domingo, ser o dia da cidade e, como tal, em vez de fazer as comemorações do dia da cidade à parte do festival, entendemos estender o festival, com um preço mais acessível no último dia”, diz Paulo Santos.

Este dia adicional de programação envolveu um investimento por parte da autarquia de cerca mais de 300 mil euros em cachês do que é habitual. "No total, nesta edição, o investimento andará perto dos dois milhões de euros, obviamente que depois há uma receita significativa que faz equilibrar as contas", afirma. Este ano o festival conta um novo patrocinador, a Galp Energia, que financia o evento em 100 mil euros e permite aos utilizadores da sua aplicação Mundo Galp trocar o saldo acumulado por bilhetes.

Desde a primeira edição que o Festival F tem um "forte compromisso com a música portuguesa e com as famílias", explica Paulo Santos, o que se traduz num cartaz recheado de artistas nacionais de géneros diversificados, com nomes como Bárbara Bandeira, Ana Moura, Pedro Abrunhosa, Os Quatro e Meia, Bispo, Revenge of the 90’s, Sara Correia, Julinho KSD, Nenny, Buba Espinho, Mundo Segundo & Sam The Kid, Ana Bacalhau, Mizzy Miles, Nena, Iolanda, Rita Rocha, entre outros.

" O F é um festival de música portuguesa, temos nove palcos, que vão desde uma lotação máxima de 100 pessoas, até um palco de lotação máxima de 18 mil pessoas. Portanto, temos uma diversidade grande, até para enquadrar os artistas mais emergentes daqueles mais consagrados, temos palcos adaptados para cada uma das ofertas. Mas em quatro dias temos 90 concertos, 90 concertos de músicos portugueses, e essa é a nossa principal distinção em relação a muitos outros festivais", defende Paulo Santos.

O autarca destaca participação de dois artistas oriundos de terras algarvias. "Dá-se o caso deste ano o Diogo Piçarra - que é um artista de Faro, com muito orgulho nosso - comemorar os dez anos de carreira e casar estes dez anos com a 10ª edição do Festival F. Depois, desafiámos o Dino D'Santiago, que também é um músico algarvio, a apresentar um trabalho em palco no domingo, no dia 7, com a Orquestra do Algarve".

O vice-presidente da Câmara Municipal de Faro diz que a venda de bilhetes nesta altura está 30% acima da do ano passado, mas que a lotação - limitada a 1500 passes gerais (60 euros para os quatro dias) e 1500 bilhetes diários (22 euros nos dias 4,5 e 6, e de dez euros no dia 7) ainda não está esgotada.