O 82.º Festival de Cinema de Veneza, que começa esta quarta-feira em Itália, com o filme “La Grazia”, de Paolo Sorrentino, poderá ficar marcado por protestos contra Israel, pela situação humanitária e de guerra em Gaza.De acordo com a agência noticiosa Efe, estão a ser organizadas várias iniciativas de protesto durante o festival, onde são esperadas dezenas de figuras públicas, nomeadamente uma manifestação no sábado, a cargo do coletivo “Venice4Palestine”.Este grupo, formado por ativistas, profissionais e jornalistas italianos, já tinha lançado uma carta aberta apelando ao festival para que condenasse “a agonia de um genocídio perpetrado em direto pelo Estado de Israel".Na competição oficial, onde estão A House of Dynamite, de Kathryn Bigelow, Frankenstein, de Guillermo del Toro, Bugonia, de Yorgos Lanthimos, e Father Mother Sister Brother, de Jim Jarmusch, Veneza incluiu também The Voice of Hind Rajab, de Kaouther ben Hania, que remete para a crise humanitária em Gaza.Este ano, o Leão de Ouro de carreira vai distinguir o cineasta e escritor alemão Werner Herzog e a atriz norte-americana Kim Novak, estando prevista ainda a atribuição de outros prémios aos realizadores Gus Van Sant e Julian Schnabel.No programa “Clássicos de Veneza”, destinado a celebrar “as grandes obras-primas e os mestres incontestáveis da história do cinema”, figura Aniki-Bobó (1942), primeira longa-metragem de Manoel de Oliveira, restaurada pela Cinemateca Portuguesa.Entre os filmes escolhidos para a secção “Orizzonti” está o filme The Souffleur, de Gastón Solnicki, que tem direção de fotografia de Rui Poças.Dois projetos de coprodução portuguesa, ambos de realidade virtual, marcam presença no programa competitivo “Veneza Imersivo”: The Big Cube, de Menghui Huang, e Sense of Nowhere, de Hsin-Hsuan Yeh.O projeto de longa-metragem O Sorriso de Afonso, do realizador João Pedro Rodrigues, produzido pela Terratreme Filmes, com coprodução de Itália e Luxemburgo, vai estar no mercado do filme, paralelo ao festival.Neste mercado de financiamento estarão ainda duas coproduções portuguesas: Torn Heart, do brasileiro Helvécio Marins, e The Mammoths that Escaped the Kingdom of Erlik Khan, documentário da realizadora macedónia Tamara Koteveska.O festival de Veneza termina a 6 de setembro..Guy Debord. Quando o cinema quis destruir o cinema .Eduardo Serra em cinco filmes: um mestre da luz e da cor