“ZAPATERO TEM QUE SER MAIS CONTUNDANTE”

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Qual a sua opinião sobre o debate entre José Luis Zapatero e Mariano Rajoy?
O primeiro-ministro Zapatero tem de ser mais contundente no próximo debate, porque, mesmo que desta vez as sondagens lhe tenham dado um razoável avanço, está frente a um opositor, o senhor Rajoy, que não tem escrúpulos quando faz política.

Considera, então, que o debate não adiantou muito para o esclarecimento dos espanhóis?
Eu já sabia de antemão que este frente-a-frente não iria dar em nada. E, como se viu, nada se disse naquele debate que ainda não tivesse sido dito e por bastantes vezes.

Está marcado outro debate para a semana. Será mais esclarecedor?
As diferenças entre este debate e o próximo serão de tom, de maior ou menor poder de convicção por parte de ambos. Enfim, o que é que se pode fazer mais? Nada, não se pode anunciar agora um salário mínimo de mil euros, não se pode dizer que as listas de espera dos hospitais vão acabar em três dias e não se pode dizer mais do que disseram. Por essa razão, Rodríguez Zapatero terá de ser mais magnético, mais explícito, e ter uma presença com mais força no próximo debate.

Foi um dos escritores convidados a expressar numa curta frase a sua análise sobre o que vira e ouvira. Qual foi?
"Há que seguir em frente com a disciplina da Educação para a Cidadania: Rajoy precisa dela."

Porquê?
Porque se sabe que se por hipóte se Rajoy vencesse as próximas eleições, imediatamente quereria fazer marcha atrás em várias leis e decisões do Governo socialista.

Há quem diga que o seu apoio a Zapatero vale milhares de votos. Aliás, em recente entrevista à televisão, o primeiro-ministro falou de si logo ao responder à primeira questão...
Não teve a ver com política. Foi uma entrevista que deu e fez questão de dizer que "tinha acabado agora mesmo de falar com o José Saramago para saber se estava melhor. Ele disse-me que sim e que voltara ao seu trabalho". Foi por essa razão que citou o meu nome.

Como está a sua saúde?
Já estou bem, mas passei por uma experiência importante.

Como está o andamento do próximo livro?
Não está a ir tão depressa como é hábito meu, porque ainda estou num período de adaptação e porque este livro é muito difícil. No dia em que voltei a casa comecei logo a trabalhar e não me está a sair nada mal. Nas últimas três semanas tem avançado bem.

Vai estar presente na inauguração da exposição sobre a sua vida no Palácio da Ajuda?
Estarei em Lisboa em Abril. Não há razão para não estar presente.|

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