O presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem que a reunificação da China com Taiwan "deve ser realizada e irá definitivamente ser realizada", indicando contudo que uma "reunificação de forma pacífica é a que está mais em linha com os interesses gerais da nação chinesa, incluindo os dos compatriotas" taiwaneses. Estas declarações surgem depois do aumento da tensão na região, com inúmeras incursões aéreas chinesas na Zona de Identificação da Defesa Aérea da ilha, e em véspera do Dia Nacional de Taiwan..Hoje assinala-se o aniversário da revolta de 10 de outubro de 1911, que levou à queda da última dinastia Qing e ao nascimento da República da China. Em 1949, após ser derrotado pelo Partido Comunista Chinês, o Partido Nacionalista (Kuomintang) refugiou-se na ilha de Taiwan, que funciona como uma entidade política soberana - oficialmente apelidam-se de República da China. Pequim também assinala a data, reconhecendo a importância da revolução de Sun Yat-sen (o primeiro secretário-geral do Kuomintang que viria a ser o primeiro presidente do país), mas focando-se nos seus apelos por patriotismo e rejuvenescimento nacional.."O separatismo independentista de Taiwan é o maior obstáculo à reunificação da pátria-mãe e o perigo oculto mais sério ao rejuvenescimento nacional", disse Xi Jinping no seu discurso, proferido no Grande Salão do Povo, com um retrato de Sun Yat-sen ao fundo. "Ninguém deve subestimar a firme determinação, vontade e forte capacidade do povo chinês de defender a soberania nacional e a integridade territorial", lembrou contudo o presidente chinês..Ainda assim, um discurso menos agressivo do que o último sobre o tema de Taiwan, em julho, quando prometeu "esmagar" qualquer tentativa de independência ou de 2019, quando ameaçou diretamente usar a força para recuperar a soberania da ilha. Xi Jinping lembrou contudo ontem que este tema só diz respeito à China: "A questão de Taiwan é um assunto puramente interno", avisou, alertando contra qualquer interferência estrangeira. Na sexta-feira, os EUA confirmaram que treinam em segredo o exército de Taiwan há três meses..O gabinete da presidente da ilha, Tsai Ing-wen, respondeu a Xi lembrando que Taiwan é uma nação soberana e independente que não faz parte da República Popular da China. "O futuro da nação está nas mãos do povo de Taiwan", indicaram. Na terça-feira, a presidente tinha publicado um ensaio na revista Foreign Affairs, no qual alertou que "se Taiwan cair, as consequências serão catastróficas para a paz regional e o sistema de alianças democráticas". Tsai enfatizou o desejo de paz da ilha, mas lembrou que "se a sua democracia e modo de vida forem ameaçados, Taiwan fará o que for preciso para se defender"..susana.f.salvador@dn.pt
O presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem que a reunificação da China com Taiwan "deve ser realizada e irá definitivamente ser realizada", indicando contudo que uma "reunificação de forma pacífica é a que está mais em linha com os interesses gerais da nação chinesa, incluindo os dos compatriotas" taiwaneses. Estas declarações surgem depois do aumento da tensão na região, com inúmeras incursões aéreas chinesas na Zona de Identificação da Defesa Aérea da ilha, e em véspera do Dia Nacional de Taiwan..Hoje assinala-se o aniversário da revolta de 10 de outubro de 1911, que levou à queda da última dinastia Qing e ao nascimento da República da China. Em 1949, após ser derrotado pelo Partido Comunista Chinês, o Partido Nacionalista (Kuomintang) refugiou-se na ilha de Taiwan, que funciona como uma entidade política soberana - oficialmente apelidam-se de República da China. Pequim também assinala a data, reconhecendo a importância da revolução de Sun Yat-sen (o primeiro secretário-geral do Kuomintang que viria a ser o primeiro presidente do país), mas focando-se nos seus apelos por patriotismo e rejuvenescimento nacional.."O separatismo independentista de Taiwan é o maior obstáculo à reunificação da pátria-mãe e o perigo oculto mais sério ao rejuvenescimento nacional", disse Xi Jinping no seu discurso, proferido no Grande Salão do Povo, com um retrato de Sun Yat-sen ao fundo. "Ninguém deve subestimar a firme determinação, vontade e forte capacidade do povo chinês de defender a soberania nacional e a integridade territorial", lembrou contudo o presidente chinês..Ainda assim, um discurso menos agressivo do que o último sobre o tema de Taiwan, em julho, quando prometeu "esmagar" qualquer tentativa de independência ou de 2019, quando ameaçou diretamente usar a força para recuperar a soberania da ilha. Xi Jinping lembrou contudo ontem que este tema só diz respeito à China: "A questão de Taiwan é um assunto puramente interno", avisou, alertando contra qualquer interferência estrangeira. Na sexta-feira, os EUA confirmaram que treinam em segredo o exército de Taiwan há três meses..O gabinete da presidente da ilha, Tsai Ing-wen, respondeu a Xi lembrando que Taiwan é uma nação soberana e independente que não faz parte da República Popular da China. "O futuro da nação está nas mãos do povo de Taiwan", indicaram. Na terça-feira, a presidente tinha publicado um ensaio na revista Foreign Affairs, no qual alertou que "se Taiwan cair, as consequências serão catastróficas para a paz regional e o sistema de alianças democráticas". Tsai enfatizou o desejo de paz da ilha, mas lembrou que "se a sua democracia e modo de vida forem ameaçados, Taiwan fará o que for preciso para se defender"..susana.f.salvador@dn.pt