Xi adverte Estados Unidos contra nova guerra fria
Sem nunca nomear os Estados Unidos, Xi apresentou-se como o grande defensor do multilateralismo e da globalização, tal como tinha feito no mesmo fórum, há quatro anos, pouco depois de Donald Trump ter chegado à Casa Branca.
Hoje, menos de uma semana depois de Joe Biden ter tomado posse como presidente dos EUA, o líder chinês parece ter querido avisá-lo dos riscos da continuação de uma política de confronto entre os dois países, nomeadamente na área comercial e tecnológica.
Donald Trump e Xi Jinping encetaram uma dura guerra comercial, que ainda permanece, e Joe Biden prometeu manter um rumo de limitações às ambições expansionistas de Pequim, nomeadamente com a criação de uma liga de países democráticos que faça frente aos planos chineses.
Na mensagem endereçada ao Fórum Económico Mundial, o presidente da China lançou avisos contra essa estratégia de criação de blocos.
"Construir clãs ou iniciar uma nova guerra fria, rejeitar, ameaçar ou intimidar os outros, impor a dissociação, interromper cadeias de abastecimento ou impor sanções a fim de causar isolamento só vai empurrar o mundo para a divisão e até para o confronto", alertou Xi Jinping.
"O confronto apenas nos conduzirá a um beco sem saída", concluiu o líder chinês.
Este alerta surge um dia depois de o novo presidente norte-americano e do seu homólogo francês Emmanuel Macron terem comunicado que, da conversa telefónica entre ambos, concordam "trabalhar juntos em prioridades comuns das relações internacionais, incluindo a China".
Noutra frente, durante o fim de semana, Taiwan reportou que vários aviões e bombardeiros chineses entraram na zona de defesa aérea da ilha que Pequim considera sua. Em resposta, os Estados Unidos, o maior aliado de Taipé, enviou para a região o porta-aviões Theodore Roosevelt. "É fantástico estar de volta ao Mar do Sul da China, conduzindo operações de rotina, promovendo a liberdade dos mares e tranquilizando aliados e parceiros", disse o contra-almirante Doug Verissimo.