Vénus é um planeta russo? Moscovo diz que sim
Dmitry Rogozin, chefe da agência espacial russa Roscosmos, revelou que o país planeia enviar a sua própria missão a Vénus, para além de "Venera-D", a missão conjunta organizada com os EUA.
"Consideramos que Vénus é um planeta russo, por isso não devemos ficar para trás", acrescentou o responsável, recordando o programa Venera (que significa Vénus em russo), desenvolvido entre 1961 e 1984, que enviou 16 sondas exploratórias ao planeta. Em 1970 a Venera 7 foi a primeira sonda a aterrar em Vénus, sobrevivendo durante 23 minutos até se perder o contacto. A Venera 9 obteve a primeira, e a única até agora, imagem da superfície venusiana da perspetiva do nível do solo.
"O enorme avanço da União Soviética para com os seus concorrentes na investigação de Vénus contribuiu para o fato de os Estados Unidos chamarem a Vénus o planeta soviético", disse Roscosmos. Agora, os russos reclamam esse estatuto. "Os projetos de missões a Vénus fazem parte do programa de exploração espacial da Rússia para 2021-2030."
A declaração surgiu um dia depois de os cientistas terem revelado que um gás existente na Terra chamado fosfina também foi detetado na atmosfera de Vénus. O estudo de autoria da professora Jane Greaves da Cardiff University e colegas foi publicado na segunda-feira na revista Nature Astronomy.
A Roscosmos anunciou que a Rússia vai estudar o solo e a atmosfera do planeta, bem como os "processos evolutivos de Vénus, que supostamente sofreu uma catástrofe climática associada ao efeito estufa".