Vacinação entre 12 e 15 anos avança em agosto se houver aval da DGS

A reunião de peritos decorreu esta terça-feira no Infarmed para avaliar novas medidas de desconfinamento.
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A vacinação contra a covid-19 dos jovens entre os 12 e os 15 anos arranca na última quinzena de agosto, caso haja aval da Direção-Geral da Saúde (DGS), indicou esta terça-feira o coordenador da 'task force'.

"Em 14 de agosto, vamos iniciar a vacinação dos adolescentes dos 16 e 17 anos. Entre os 12 e os 15 anos será nos dois fins de semana a seguir, se a DGS acordar da importância da vacinação desta faixa da população", explicou Gouveia e Melo na reunião no Infarmed, em Lisboa, que, dois meses depois, voltou a juntar especialistas, Governo, Presidente da Assembleia da República e Presidente da República para a análise da situação epidemiológica.

Segundo o líder da logística em torno do processo de vacinação, esta "ainda é uma faixa muito significativa" da população portuguesa, representando cerca de 1,5 milhões de pessoas até aos 15 anos de idade.

"É uma quantidade muito elevada de pessoas suscetíveis ao vírus e com uma grande mobilidade, por causa das escolas e dos infantários, e um grande contacto comunitário", lembrou Henrique Gouveia e Melo.

O processo de vacinação dos jovens está atualmente em análise pela DGS e uma decisão deve ser conhecida oficialmente nos próximos dias, depois de ter sido anteriormente solicitado pelo organismo liderado por Graça Freitas um período de cerca de duas semanas para análise de toda a informação disponível sobre as vacinas nesta população.

O investigado Henrique de Barros defende a vacinação das crianças contra a covid-19 para evitar outro pico de casos e para que no inverno a vida se possa aproximar do que era antes da pandemia.

O especialista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, que falava durante a reunião de peritos que esta terça-feira decorre nas instalações do Infarmed, em Lisboa, disse que, sem a vacinação das crianças, que está em análise pela Direção-Geral da Saúde, "haverá um pico inequívoco de casos".

A task force da vacinação contra a covid-19 solicitou à Direção-Geral da Saúde (DGS) a redução do intervalo entre primeiras e segundas doses, a fim de aumentar mais rapidamente a proteção da população, anunciou esta terça-feira o coordenador da estrutura.

"Pedimos à DGS para encurtar o intervalo para as segundas doses, porque, uma vez que vamos avançando nas primeiras doses para percentagens quase finais de vacinação, é importante reduzir o intervalo para as segundas doses dentro do que são as recomendações das vacinas, porque, ao fazermos essa redução, aumentamos fortemente a proteção contra o vírus", explicou o coordenador da task force, Henrique Gouveia e Melo.

No ponto de situação sobre a vacinação efetuado esta terça-feira na reunião no Infarmed, em Lisboa, que, dois meses depois, voltou a juntar especialistas, membros do Governo, presidente da Assembleia da República e Presidente da República para análise da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, o líder da logística da vacinação destacou também o impacto deste processo na incidência de novos casos.

"Em termos de influência da vacinação na incidência, (...) há uma correlação geográfica. A vacinação condiciona a incidência e isto é bastante positivo, porque conforme vamos avançando na vacinação, o vírus tem menos margem de manobra", observou, adiantando a sua expectativa de que, a partir do final de agosto, com 70% da população com vacinação completa, "a incidência vai ter uma grande quebra".

Henrique Gouveia e Melo agradeceu ainda aos cerca de 4.700 profissionais envolvidos no processo de vacinação, mas avisou que o ritmo não pode abrandar até ao final do verão.

"Há uma corrida entre o ritmo de vacinação e a incidência e nós estamos a ganhar essa corrida, mas não podemos folgar este ritmo, porque isso é 'dar oxigénio' ao vírus e temos de continuar a um ritmo muito elevado", resumiu.

Sobre a proteção de populações mais desfavorecidas, Henrique Gouveia e Melo revelou ainda que já foram vacinados contra a covid-19 pelo menos 255.888 cidadãos estrangeiros.

Portugal pode vir a receber cerca de um milhão de vacinas contra a covid-19 entre esta e as próximas duas semanas, adiantou hoje o coordenador da 'task force' da vacinação, face a um corte de vacinas da AstraZeneca.

"Vamos perder cerca de 470 mil vacinas da AstraZeneca porque já não fazem sentido no nosso plano, mas há um esforço - quer do Infarmed, quer do Ministério da Saúde - para adquirir vacinas em parceiros europeus e esse esforço pode trazer ao nosso plano de vacinação neste momento - na semana que passou e nas próximas duas semanas -- cerca de um milhão de vacinas, o que é muito importante para a aceleração do processo de vacinação", revelou Henrique Gouveia e Melo.

"Tivemos uma maior disponibilidade de vacinas em julho, teríamos uma menor disponibilidade em agosto, não fossem estas negociações que estão a ser conduzidas com sucesso pelo Ministério da Saúde e pelo Infarmed para ir buscar vacinas da Janssen e da Pfizer a parceiros europeus para reforçar neste mês o processo", acrescentou.

Numa intervenção realizada na reunião no Infarmed, em Lisboa, que, dois meses depois, volta a juntar especialistas, membros do Governo, Presidente da Assembleia da República e Presidente da República para análise da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, o vice-almirante responsável pela 'task force' reconheceu também que foram recebidas nos primeiros três trimestres menos 5,4 milhões de vacinas face às previsões iniciais.

Já em relação ao último trimestre de 2021, Gouveia e Melo disse que a expectativa inicial apontava para a receção de 8,5 milhões de vacinas, mas, afinal, deverão chegar somente 5,2 milhões de vacinas ao país.

Em termos de evolução do processo de vacinação, o coordenador da 'task force' vincou uma vez mais a sua previsão de atingir os 70% de primeiras doses administradas por volta do dia 08 de agosto e o mesmo valor para segundas doses "no final de agosto, início de setembro". Da mesma forma, defendeu que o processo está a ser maximizado para aumentar o ritmo de vacinação, mas sem comprometer a administração de segundas doses na população.

Henrique Gouveia e Melo traçou ainda um retrato do processo de vacinação por grupos etários, resumindo que "as faixas acima dos 60 anos estão, praticamente, totalmente protegidas"; na faixa dos 50 anos há ainda 4% para completar o esquema vacinal e nos 40 anos essa percentagem de cobertura vacinal em falta é de 10%.

"Já estamos também muito avançados na faixa dos 30 anos, a avançar fortemente na faixa dos 20 anos e a planear agora para a faixa de baixo", referiu o coordenador da 'task force'.

A variante Delta representa 98,6% dos casos em Portugal anunciou o microbiologista João Paulo Gomes, do Instituto Ricardo Jorge, que disse ser espectável o aparecimento de novas variantes, mas sem preocupação por causa da vacinação.

O especialista, que falava na reunião de peritos esta terça-feira no Infarmed, disse ainda que a variante Delta, associada à Índia, é também dominante na maior parte dos países europeus e que as variantes beta (Reino Unido) e gama (Manaus) não desapareceram, mas são residuais em Portugal.

Quanto à Delta plus, uma linhagem da variante Delta, disse que representa cerca de 0,6%, acrescentando que de um total de mais de 3.000 sequenciações da variante delta analisadas, 59 representam a Delta plus.

Segundo o especialista do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (INSA), foram detetados apenas três casos em julho da variante Delta plus, que "constituem a continuação cadeias que existem há semanas", sobretudo no litoral alentejano, no Algarve e na Região de Lisboa e Vale do Tejo.

João Paulo Gomes sublinhou o reforço na vigilância das variantes, adiantando que os especialistas sequenciavam 1.500 vírus/mês em maio e que, agora, sequenciam cerca de 600 por semana, o que resulta num total mensal que ronda os 2.400.

No total, disse que já foram sequenciados 12.625 genomas do novo coronavírus em mais de 100 laboratórios públicos e privados em mais de 300 concelhos.

Quanto às chamadas variantes de preocupação, sublinhou a tendência decrescente da variante Alfa (associada ao Reino Unido), que foi sendo ao longo do tempo substituída pela variante Delta, e que atualmente representa apenas 1% dos casos.

Também com expressão residual em Portugal estão as variantes Beta (África do Sul), sem casos detetados nas últimas semanas, e Gama (Manaus), que não ultrapassa os 0,4%.

João Paulo Gomes sublinhou igualmente que as variantes "vão partilhando mutações que anteriores variantes já tinham" e apontou a capacidade de "combinação de mutações" deste vírus, dizendo que estas combinações de mutações não trazem maior preocupação por causa da comprovada eficácia das vacinas.

Antes de João Paulo Gomes, Ana Paula Rodrigues, também do INSA, falou da evolução da incidência, apontando uma tendência para a estabilização, com uma aproximação do RT ao valor 1, o que indica que o país estará "próximo do pico da epidemia".

Sobre o risco de morte por covid-19, disse que mostra uma tendência decrescente em todos os grupos etários, particularmente nos mais velhos, devido à vacinação.

Contudo alertou que nas pessoas de idade mais avançada, pela fragilidade que apresentam, "o risco é substancial, [o] que justifica a manutenção de medidas especificas" de controlo da infeção nestes grupos.

A incidência de novos casos de covid-19 em Portugal regista uma tendência "ligeiramente crescente a estável", com a velocidade de aumento "a diminuir", adiantou hoje o diretor de serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo a intervenção de André Peralta Santos já se nota uma estabilização no número de novos casos, apesar de existir ainda uma "tendência crescente dos internamentos e mortalidade" por covid-19.

A afirmação de André Peralta Santos surgiu na reunião no Infarmed, em Lisboa, que volta, dois meses depois, a juntar especialistas, membros do Governo, Presidente da Assembleia da República e Presidente da República para análise da situação epidemiológica do país.

"Desde meados de maio iniciámos um período de expansão da pandemia e estamos neste momento com uma incidência superior a 400 casos por 100 mil habitantes a 14 dias, com uma média diária de 3.000 casos. A velocidade tem vindo a diminuir e a tendência é ligeiramente crescente a estável", explicou.

Em termos regionais, o especialista da DGS notou que "a maioria do território tem uma incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes, com focos de maior incidência na área metropolitana de Porto, Lisboa e Algarve", embora nas duas últimas áreas se evidencie já "uma tendência de estabilização ou descida" dos casos.

Quanto ao Porto, André Peralta Santos observou que o aumento de incidência começou posteriormente em relação a Lisboa e ao Algarve, pelo que "ainda há mais zonas com tendência de crescimento" de casos.

Sobre a situação ao nível dos internamentos em enfermaria e em unidades de cuidados intensivos (UCI), regista-se uma "tendência crescente" desde o início de junho, com uma taxa de ocupação de 78% em UCI do valor de referência de 255 camas definido pelos especialistas.

"É muito notória a redução de risco de hospitalização - mais de três vezes - se estiver vacinado", sublinhou André Peralta Santos, reforçando que, em relação à semana 26 do ano, 68% dos doentes internados em enfermaria não estavam vacinados, 30% tinham a vacinação incompleta e apenas 2% apresentavam vacinação completa. Já em UCI, estes dados eram de 68% sem vacinação, 27% com a vacinação incompleta e 5% com o esquema vacinal completo.

O padrão de crescimento é comum a todas as faixas etárias, com predominância dos 20-79 em termos de ocupação em enfermaria e dos 40-59 em UCI, segundo André Peralta Santos, que relevou um aumento nas populações mais idosas, cujo impacto é "atenuado pela vacinação".

"A mortalidade tem também observado uma tendência crescente, se bem que muito diferente daquilo que já foi", indicou o perito da DGS, notando que está "já acima do limiar de referência do ECDC [Centro Europeu para o Controlo de Doenças] de 10 mortos por milhão de habitantes. No entanto, "vacinação completa reduz muito o risco de morte se a pessoa se vier a infetar com o SARS-CoV-2", concluiu.

A taxa de positividade é atualmente de 5,2%, registando-se um aumento de testagem na população dos 15 aos 40 anos e uma diminuição na população dos 45 aos 70 anos, uma situação que está igualmente associada ao ritmo do processo de vacinação.

Os peritos consultados pelo Governo sugerem a evolução das medidas de restrição de acordo com a taxa de vacinação contra a covid-19 e insistem na importância do controlo de fronteiras e da ventilação dos espaços para evitar recuos no Outono/Inverno.

A ventilação/climatização adequada dos espaços, o uso do certificado digital e a autoavaliação de risco são as três regras a aplicar em qualquer dos quatro níveis definidos de acordo com a taxa de vacinação, sendo que para os valores atuais (cerca de 60%) se aplica o nível 1.

Presente na reunião de peritos que decorre no Infarmed, Raquel Duarte, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, disse ainda que atualmente, e até ao nível 3, se deve privilegiar o teletrabalho sempre que possível e o desfasamento de horários, a manutenção da distância física e o uso de máscara ambiente fechado e sempre em eventos públicos.

Quando se evoluir para o nível seguinte na taxa de vacinação, a especialista admite que a máscara pode deixar de ser usada em ambientes exteriores se se puder manter a distância física.

Na restauração -- uma área que "implica maior risco pois há a retirada de máscara" --, os peritos propõem o aumento do número de pessoas à volta da mesa em espaço interior (de seis para oito pessoas) e exterior (de 10 para 15) quando se progredir para o nível 2.

Nos grandes eventos em espaço delimitado, além das medidas gerais, sugerem que se mantenham circuitos de circulação de pessoas para garantir a distância. Em grandes eventos no interior sugerem o aumento da lotação ao longo dos diferentes níveis de evolução da taxa de vacinação, começando nos 50%.

Nos convívios familiares, defendem que se deve apostar nas medidas gerais (máscara, distanciamento, etc...) e na autoavaliação de risco.

A investigadora Andreia Leite, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa, propôs hoje a atualização do limiar de incidência na avaliação de risco da covid-19 para 480 casos por 100 mil habitantes.

A especialista apontou ainda para a definição de um limite de ocupação em unidades de cuidados intensivos (UCI) de 255 camas, durante a sua intervenção na reunião no Infarmed, em Lisboa, que, dois meses depois, volta a juntar especialistas, membros do Governo, Presidente da Assembleia da República e Presidente da República para análise da situação epidemiológica do país.

"Estamos em condições de atualizar o limiar de incidência para 480 casos por 100 mil habitantes (atualmente 240 por 100 mil), que se poderá traduzir numa ocupação de 255 camas" em UCI, defendeu, acrescentando que nesta fase de transição é necessário continuar a "caracterizar a situação nas suas várias dimensões" (probabilidade de infeção e doença grave) e "identificar alterações das características da epidemiologia da doença", ou seja, novas variantes.

Paralelamente, Andreia Leite apresentou uma proposta de alterações da avaliação do risco assente em manter "os indicadores de transmissão, atualizar os limiares de incidência e de internamentos em UCI (com revisão periódica), incluir indicadores de gravidade clínica e de impacto na mortalidade e considerar a cobertura vacinal como indicador do planeamento de desconfinamento e não de definição de controlo da epidemia".

A investigadora da ENSP da Universidade Nova de Lisboa defendeu ainda a utilização de um quadro resumo dos vários indicadores que seja estratificado por região e grupo etário e incluir a consideração da informação dos indicadores, a sua tendência e o nível de confiança no indicador, com uma explicação clara para a população.

Para a elaboração desta proposta foi realizado um estudo sobre vários países para compreender o efeito da cobertura vacinal na tomada de decisão sobre os respetivos processos de desconfinamento e o levantamento de medidas não farmacológicas.

"Esta decisão implica a aceitação da circulação do vírus, de um elevado número de casos e isso pode ter consequências", observou.

Entre as consequências de tal situação, Andreia Leite destacou uma eventual "sobrecarga de serviços", sobretudo de unidades de cuidados intensivos, pressupõe a "possibilidade da covid longa", cujos efeitos e dimensões não são ainda totalmente conhecidos, e o "aparecimento de novas variantes" do vírus SARS-CoV-2.

"Atrasando o levantamento de medidas não farmacológicas vamos dar tempo à vacinação de ter o seu efeito e, assim, conseguirmos ter a proteção conferida pela vacina. Isso traduz-se num menor número de camas atingido", salientou.

A terminar, Andreia Leite assumiu ser importante "continuar a considerar o papel de medidas não farmacológicas", reconhecendo que a evolução do processo de vacinação apresenta um nível "bastante positivo", mas que "ainda não é suficiente para garantir o controlo" da pandemia em exclusivo.

As vacinas que utilizam o mecanismo mRNA (Pfizer e Moderna) apresentam uma "elevada efetividade" nas pessoas com mais de 65 anos, segundo um estudo apresentado pela investigadora Ausenda Machado, do Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

"Os resultados sugerem uma elevada efetividade da vacina mRNA na população com 65 ou mais anos, 14 dias após a segunda dose", afirmou a perita do INSA na reunião do Infarmed, em Lisboa, que, dois meses depois, volta a juntar especialistas, membros do Governo, Presidente da Assembleia da República e Presidente da República para análise da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal.

"Não se verificou um decaimento da efetividade ao longo do tempo", continuou Ausenda Machado, que salientou ainda uma diminuição de 85% no número de internamentos na população com idade superior a 80 anos. Por outro lado, não deixou de admitir que face ao atual aumento da incidência " é normal que o número de casos também aumente na população vacinada" contra a doença.

De acordo com o estudo apresentado pela especialista do INSA, a efetividade das vacinas mRNA para as pessoas entre os 65 e os 79 anos com apenas uma dose é de 37% e de 35% em relação à população acima dos 80 anos. Com as duas doses de vacina e o período de 14 dias após a segunda toma, a efetividade sobe para os 78% na faixa etária 65-79 anos e para 68% entre as pessoas com idade superior a 80 anos.

A monitorização das vacinas ao longo do tempo indicou que a efetividade nas pessoas entre os 65 e os 79 anos contra infeção sintomática é de 89% nos 14 a 27 dias após a segunda dose e permanece de forma consistente em torno dos "80% até pelo menos 42 dias".

Já em relação aos maiores de 80 anos, a efetividade nos 14 a 27 dias depois da segunda dose é de 70%, mantendo-se nessa ordem até pelo menos 42 dias após o esquema vacinal completo.

Por fim, Ausenda Machado notou que a ausência de indicadores na população com menos de 65 anos se deveu à pouca expressão da cobertura vacinal à data da realização do estudo, advogando que esta monitorização da efetividade é para continuar no futuro.

Uma em cada quatro pessoas entre os 26 e os 65 anos mostrou resistência a tomar a vacina contra a covid-19 e os motivos mais apresentado são a falta de eficácia, o medo de efeitos secundários e a necessidade de mais informação.

Os valores foram apresentados na reunião de peritos que decorre nas instalações do Infarmed, em Lisboa, por Carla Nunes, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, que indicou uma percentagem de 13% de resistência nos maiores de 65 anos no inquérito feito pelos especialistas.

Outras das razões apresentadas para a resistência relativamente às vacinas são a existência de doenças que não permitiram ainda a vacinação, considerarem que as vacinas não foram suficientemente testadas e não terem conseguido falar com o médico para apoiar a decisão.

Quanto à perceção de risco de doença avançada por covid-19, Carla Nunes disse que os mais velhos apresentam valores mais elevados, com uma percentagem de 60,9%.

No que se refere à saúde mental, adiantou que as perguntas relativas ao estado de ansiedade e/ou tristeza por causa das medidas de confinamento revelaram que os mais novos apresentam maiores valores, com cerca de 30% a dizerem que se sentiram ansiosos ou tristes todos os dias ou quase todos os dias. Os maiores de 65 anos apresentaram valores de 11%.

Sobre quando consideram que serão levantadas todas as restrições por causa da pandemia, a grande maioria considera que deverá ser em dezembro ou para lá dessa data.

Quanto à adequação das medidas de restrição, 47% consideram-nas pouco ou nada adequadas, um valor que vem aumentando desde o ano passado e que se faz sentir sobretudo nos homens e nos mais jovens.

No que se refere à facilidade de adoção das medidas definidas pelas autoridades, tem crescido o grupo do que as consideram difíceis e muito difíceis de adotar e são os mais jovens que apresentam maiores dificuldades.

Segundo a especialista, 31,4 das pessoas referem ser difícil ou muito difícil manter o distanciamento, 16,8% dizem ser difícil o uso da máscara (com os de idade entre 26 e 45 a manifestar maior dificuldade).

A lavagem de mãos apresenta uma dificuldade residual, sempre menor de 10% nas diferentes faixas etárias.

Já quanto à facilidade de evitar confraternizar com amigos e familiares, a maior dificuldade é apontada pelos mais novos.

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