Vacina da AstraZeneca "é segura, eficaz e não é responsável por coágulos no sangue"

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) comunicou parecer que dá luz verde ao regresso da vacinação com o imunizante do aglomerado farmacêutico anglo-sueco. Governo português diz que "é uma boa notícia".
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A Agência Europeia do Medicamento (EMA) assegurou esta quarta-feira que a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 "é segura e eficaz", não estando associada aos casos de coágulos sanguíneos detetados, que levaram à suspensão do seu uso, por mais de 20 países, incluindo Portugal.

"O Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância chegou a uma clara conclusão na investigação dos casos de coágulos sanguíneos: esta é uma vacina segura e eficaz", declarou a diretora executiva EMA, Emer Cooke, em conferência de Imprensa.

O comité de farmacovigilância da EMA, composto por peritos dos vários Estados-membros da União Europeia, chamou "especialistas em episódios tromboembólicos e representantes dos países" para ajudar na decisão e concluíram que a administração da vacina da AstraZeneca "não está associada a um aumento do risco de eventos tromboembólicos responsáveis pelos coágulos sanguíneos".

Apesar disso, "ainda não podemos descartar definitivamente a ligação entre estes casos [de coágulos no sangue] e a vacina" da AstraZeneca, segundo Emer Cooke. Por isso a Agência está a fazer estudos e a investigar mais a fundo os efeitos da vacina do conglomerado farmacêutico anglo-sueco e apela ao sentido vigilante das pessoas para que reportem efeitos secundários: "Esta vacina é uma opção segura e eficaz para proteger os cidadãos contra a Covid-19. Os riscos são inferiores aos benefícios."

Ideia repetida por Sabine Strauss. A presidente do comité de segurança da vacina da EMA também garantiu que "não há um aumento do risco de coágulos no sangue com a vacina" do aglomerado farmacêutico anglo-sueco. "Em alguns casos, minúsculos coágulos foram desenvolvidos em vários vasos sanguíneos nos primeiros 7 a 14 dias após a vacinação", afirmou, adiantando que as informações que existem "não são suficientes para concluir com certeza se estes casos são de facto causados ​​pela vacina ou não".

Segundo os peritos europeus, estes casos são "extremamente raros" e só foram reportados sete casos de coagulação intravascular disseminada e 18 de trombose venosa cerebral em quase 20 milhões de vacinados. E desses, 9 dos quais resultaram em morte. "A maioria ocorreu em pessoas com menos de 55 anos e a maioria eram mulheres. Como esses eventos são raros e a própria covid-19 costuma causar distúrbios de coagulação do sangue em pacientes, é difícil ligaá-los com a toma da vacina", pode ler-se no parecer da EMA.

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros considerou "uma boa notícia" o facto da Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter assegurado que a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 "é segura e eficaz".

"Podemos dizer que é uma boa notícia, mas haverá uma conferência de imprensa dedicada a essa matéria por parte do Infarmed, DGS e da task force de vacinação dentro de alguns minutos e, portanto, eu remeteria para essa conferência de imprensa aprofundamentos", disse André Moz Caldas, no briefing do Conselho de Ministros desta quarta-feira.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, o presidente do Infarmed, Rui Ivo, e o coordenador da task-force para a vacinação contra a covid-19, Henrique Gouveia e Melo vão reagir às 18.00, devendo anunciar quando é retomada a vacinação suspensa na segunda-feira, por "precaução".

Dos 11 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia, cerca de sete milhões receberam a vacina da AstraZeneca, segundo Emer Cooke. Segundo a diretora executiva da EMA, "as conclusões científicas adotadas, dão aos estados-membros a informação que precisam para tomar uma decisão informada" sobre o uso da vacina anglo-sueca.

Cabe agora os profissionais de saúde "detetar e mitigar eventuais efeitos secundários". "Se fosse por mim, seria vacinada [com o fármaco da AstraZeneca] já amanhã, mas também é importante estar consciente dos efeitos secundários e é isso que estamos a divulgar", disse a responsável pelo regulador europeu, recomendado assim a continuação da administração do imunizante contra a covid-19.

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