Uso de máscara nas salas de aulas não reúne consenso em Itália

Para garantir o distanciamento dos alunos dentro das salas de aulas, Itália comprou 2,4 milhões de carteiras individuais.
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Os vários responsáveis envolvidos no arranque do ano escolar em Itália, previsto para setembro, falharam nesta quarta-feira um consenso sobre algumas questões ainda por definir no âmbito da atual pandemia, nomeadamente o uso de máscara nas salas de aulas.

Numa reunião realizada por videoconferência, os ministros italianos com as tutelas da Educação, da Saúde, dos Transportes e dos Assuntos Regionais debateram com os especialistas pela gestão nacional da pandemia do novo coronavírus (por exemplo, a Proteção Civil italiana) e com os presidentes de todas as regiões de Itália um conjunto de medidas associadas ao início das aulas naquele país, agendado para 14 de setembro.

A par do uso de máscara de proteção individual nas salas de aulas para crianças maiores de 6 anos, os responsáveis também debateram a possível medição da temperatura corporal dos alunos, nomeadamente nas instalações dos estabelecimentos de ensino, e a questão dos transportes públicos e da potencial concentração de pessoas, situação que dificultará o cumprimento das regras de distanciamento físico.

No final do encontro, os representantes mostraram-se divididos sobre diversas matérias.

Por exemplo, os presidentes das regiões da Lombardia e de Ligúria, Attilio Fontana e Giovani Toti, respetivamente, confirmaram a falta de consenso e criticaram "as dúvidas" levantadas pelo executivo italiano em relação a certas matérias.

Giovanni Toti já anunciou que não aceitará a obrigatoriedade do uso de máscara durante as aulas.

A cerca de 20 dias do arranque do ano escolar, as reuniões entre o governo italiano e as várias regiões vão prosseguir nos próximos dias, garantiram as partes envolvidas.

Entretanto, Itália iniciou uma campanha para testar todos os professores e todos os funcionários escolares.

Até ao momento, e no âmbito desta campanha, já foram diagnosticados pelo menos 20 casos positivos da doença covid-19.

Alguns profissionais recusaram-se a fazer o teste de diagnóstico, que não é obrigatório.

Para garantir o distanciamento dos alunos dentro das salas de aulas, Itália comprou 2,4 milhões de carteiras individuais.

O país também adquiriu 11 milhões de máscaras, bem como reabilitou instalações externas que poderão receber aulas.

Itália registou nas últimas 24 horas um forte aumento de casos da covid-19, 1.367 contra os 878 da véspera, atribuído a um número recorde de testes, cerca de 94 mil, anunciou nesta quarta-feira o Ministério da Saúde italiano.

Itália totaliza 35 458 mortes e 262 540 casos de infeção pelo novo coronavírus desde o início da crise pandémica no país, em 21 de fevereiro.

Surgido em dezembro na China, o vírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, já fez pelo menos 820 mil mortos e infetou mais de 23,9 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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