"Uma grande descoberta". Encontrados 59 sarcófagos no Egito com mais de 2600 anos
Enterrados em três poços há mais de 2 600 anos, estavam, pelo menos, 59 sarcófagos selados, a maioria com múmias dentro e em bom estado de conservação. "É o início de uma grande descoberta", anunciou Khalid el-Anany, ministro egípcio do Turismo e Antiguidades, este sábado, numa conferência de imprensa, nos degraus de Djoser, na necrópole Saqqara, Cairo.
A previsão do governante está relacionada com a identificação de outros caixões por desenterrar, na mesma área, que poderão conter mais descobertas.
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Já Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, citado pelo jornal The Washington Post e pela agência AP, referiu que os sarcófagos agora encontrados deveriam pertencer a padres e a membros da elite do Período Faraónico (664-525 a.C.), de acordo com estudos preliminares. Estão tão bem preservados que é possível ver os desenhos intricados no exterior, pintados a azul, dourado, branco, preto e vermelho.
As primeiras peças descobertas pelos arqueólogos foram divulgadas no final de setembro. Na altura, tinham sido desenterrados 14 sarcófagos num poço a onze metros de profundidade.
Saqqara, que fica 25 quilómetros a sul das pirâmides do planalto de Gizé, é uma vasta necrópole que abriga a famosa pirâmide do faraó Djoser, a primeira da era faraónica. O monumento, construído por volta de 2 700 antes de Cristo, por Imhotep, é considerado um dos mais antigos à superfície da Terra.
Nesta necrópole, existem ainda mais de uma dezena de pirâmides e centenas de túmulos construídos desde a primeira dinastia (2920 a.C.-2770 a.C.).
As descobertas das últimas semanas serão as maiores desde que, em outubro de 2019, foram encontrados 30 caixões de madeira no cemitério de Al-Assasif, na região de Luxor, segundo o Ministério do Turismo e das Antiguidades, que não esconde a felicidade com as novidades.
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Durante vários anos, as autoridades egípcias anunciaram regularmente descobertas arqueológicas, com o objetivo, entre outras coisas, de reavivar o turismo.
A participação do turismo na receita do país foi prejudicada pela instabilidade política e pelos ataques que se seguiram à revolução de 2011 que tirou Hosni Mubarak do poder e, mais recentemente, pela epidemia do novo coronavírus.