UE "preparada" para enfrentar paralisação total de gás russo

O grupo russo Gazprom concretizou hoje o anúncio feito na sexta-feira de que suspenderia, até novo aviso, o fornecimento à Europa através do gasoduto Nord Stream.
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O comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, garantiu este sábado que a União Europeia (UE) está "bem preparada" para enfrentar uma paralisação total no fornecimento de gás russo, mercê de medidas de armazenamento e economia de energia.

"Estamos bem preparados para resistir ao uso extremo do gás da Rússia como arma. Não temos medo das decisões de Putin, pedimos aos russos que respeitem os contratos, mas se não o fizerem, estamos prontos para reagir", declarou Paolo Gentiloni à margem do Fórum Económico organizado pela Casa Europeia-Ambrosetti, em Cernobbio, no Lago Como, Itália.

A empresa russa de gás Gazprom divulgou na sexta-feira que o gasoduto Nord Stream, entre a Rússia e o norte da Alemanha e que deveria retomar hoje o serviço após uma interrupção de três dias para trabalhos de manutenção, ficará parado e inoperacional até que haja a reparação de uma turbina, sem avançar prazo para o efeito.

De acordo com analistas, Moscovo decidiu arranjar este pretexto para reagir à decisão anunciada na sexta-feira pelos países do G7 em limitar os preços do petróleo, atingindo assim os lucros da Rússia.

Por outro lado, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, garantiu este sábado que a União Europeia vai "acelerar o seu caminho para a independência energética", dizendo não ter ficado surpreendido com a suspensão do fluxo de gás da Rússia.

Para Charles Michel, este ato "não constitui uma surpresa": "A utilização de gás como arma não irá alterar a determinação da UE. Vamos acelerar o nosso caminho para a independência energética", escreveu no seu perfil no Twitter citado pela agência de notícias EFE.

Já na sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, dissera que "estava na hora" de colocar um teto no preço do gás importado através do gasoduto da Rússia, apoiando assim uma solução defendida pelo primeiro-ministro italiano, Mario Draghi.

Na UE, "o armazenamento de gás está atualmente em cerca de 80%, graças à diversificação de fornecimento", embora a situação seja diferente de país para país, referiu Gentiloni.

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