Trump está "totalmente errado" sobre surto na Nova Zelândia, diz primeira-ministra
O presidente dos EUA está "completamente errado" quando afirmou que a Nova Zelândia estava a atravessar um "terrível" novo surto, criticou, nesta terça-feira, a primeira-ministra Jacinda Ardern.
As declarações de Donald Trump foram proferidas em Minnesota, durante um comício realizado na segunda-feira. O presidente norte-americano referiu-se a um "grande aumento" de novos casos da Nova Zelândia, país que já esteve vários dias sem novas infeções, como sendo algo "terrível". "Nós não queremos isso", disse perante os seus apoiantes.
As afirmações não foram bem recebidas pela primeira-ministra da Nova Zelândia, que considera que o seu país é um dos que melhor têm gerido a pandemia de covid-19.
"Julgo que qualquer pessoa que esteja a acompanhar a pandemia de covid-19 e a sua transmissão a nível global verá, muito facilmente, que os nove casos por dia que surgem na Nova Zelândia não se comparam às dezenas de milhares que há, a cada dia, nos EUA, nem se comparam com os números da maior parte do mundo", argumentou Jacinda Ardern.
Nesse sentido, reforçou, Donald Trump está, "obviamente, completamente errado".
"Ainda somos um dos países com melhor desempenho no mundo quando se trata de covid-19", afirmou Jacinda Ardern.
De acordo com os dados da Universidade de Johns Hopkins, a taxa de mortalidade da Nova Zelândia por cem mil habitantes está situada em 0,45. Os Estados Unidos têm uma taxa de mortalidade de 51,98 por cem mil habitantes, uma das mais altas do mundo.
Nesta terça-feira, foram registadas 13 novas infeções na Nova Zelândia, elevando o número total de casos desde o início da pandemia para 1293, com 22 mortes. Nos EUA, há mais de 5,2 milhões de casos e 170 mil mortes.
Devido ao ressurgimento da pandemia, a Nova Zelândia adiou as eleições gerais para 17 de outubro, quatro semanas depois da data inicialmente prevista.
As eleições estavam agendadas para 19 de setembro.
"Esta decisão dá a todos os partidos o tempo necessário para fazer campanha durante as próximas nove semanas e dá, à Comissão Eleitoral, tempo suficiente para assegurar que as eleições se podem realizar", declarou a primeira-ministra neozelandesa.