Tribunal proíbe manifestações no aeroporto de Hong Kong
A ordem judicial temporária determinada pelo tribunal visa impedir que "as pessoas impeçam ou interfiram de maneira voluntária e ilegal com a operação normal do aeroporto internacional de Hong Kong", diz uma nota divulgada pela Autoridade Aeroportuária.
Dezenas de voos foram retomados esta manhã em Hong Kong, depois do segundo dia consecutivo de cancelamento das operações, que deixaram milhares de passageiros em terra.
Centenas de manifestantes concentraram-se na terça-feira, pelo quatro dia consecutivo no aeroporto internacional do território, acabando por dispersar já de madrugada e após a intervenção da polícia antimotim, que efetuou pelo menos uma detenção.
Os agentes dispararam gás pimenta sobre os manifestantes, tendo sido registado um ferido entre as forças de segurança, constatou a agência Lusa no local.
Os protestos em Hong Kong, que duram há mais de dois meses, têm sido marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, e a agitação que se vive no território já se repercute em perdas económicas na indústria de viagens na ex-colónia britânica.
O clima de contestação social em Hong Kong resulta da apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora uma "erosão das liberdades" na antiga colónia britânica.
Pequim, entretanto, dá sinais de que não tolerará o clima de agitação por mais tempo no território de regime administrativo especial. Nos últimos dias, as autoridades chinesas elevaram o tom, afirmando que "ninguém deve subestimar o poder do governo central".