Tratamento antirrugas e água destilada. Pfizer identifica falsas vacinas
A farmacêutica Pfizer confirmou que as vacinas apreendidas pelas autoridades mexicanas e polacas, em investigações separadas, são falsas, em resultado de testes efetuados. Uma substância dentro de ampolas na Polónia era provavelmente um tratamento antirrugas, disse a Pfizer, enquanto as ampolas no México, que teriam água destilada, também tinham rotulagem fraudulenta.
Cerca de 80 pessoas numa clínica no México receberam uma vacina falsa a troco de mil dólares. Os frascos, encontrados em geleiras, tinham números de lote diferentes daqueles enviados para o estado de Nuevo León, e uma data de validade errada, disse o secretário da Saúde do estado,. Manuel de la O.
"As pessoas foram injetadas com água destilada", disse Manuel de la O ao Wall Street Journal. As pessoas vacinadas, contudo, não sofreram efeitos secundários.
Já no caso polaco, as autoridades informaram que ninguém terá sido vacinado com a contrafação, que foi apreendida no apartamento de um homem, que foi preso e acusado de fraude.
As embalagens eram idênticas aos recipientes apreendidos durante a rusga que tinham uma etiqueta para o tratamento antirrugas de outra empresa.
"Toda a gente no planeta precisa dela. Muitos estão desesperados por ela", comentou Lev Kubiak, o diretor de segurança da Pfizer. "Temos uma oferta muito limitada, uma oferta que irá aumentar à medida que aceleramos [a produção] e outras empresas entrarem no espaço da vacina. Entretanto, há uma oportunidade perfeita para os criminosos", considerou Kubiak.
O México também está a investigar um carregamento de cerca de 6 mil doses de uma suposta vacina Sputnik V, que foram apreendidas num avião privado com destino às Honduras. As autoridades ainda não determinaram se as vacinas são genuínas ou uma contrafação.
No mês passado, na China e na África do Sul a polícia apreendeu milhares de doses de vacinas contrafeitas contra a covid-19 em armazéns e fábricas, e prendeu dezenas de pessoas, de acordo com a Interpol.
Outra vertente da fraude são as vendas online. Vários países eliminaram dezenas de sites que alegam vender vacinas ou ter uma ligação com fabricantes de vacinas como Moderna e Pfizer. No entanto, os sites falsos teriam como finalidade extrair informações pessoais dos cibernautas para serem utilizadas em esquemas de fraude de identidade, explicaram funcionários governamentais e da indústria farmacêutica ao Wall Street Journal.