Trabalhos no Tua suspensos apenas no local do acidente
Ao início da tarde de quinta-feira, numa altura em que muitos trabalhadores ainda se encontravam a almoçar, verificou-se um deslizamento de terras na margem esquerda do rio Tua. Três operários foram atingidos e ficaram soterrados.
Segundo a EDP, no local do acidente, onde está a ser construído o paredão da barragem, os trabalhos ficam suspensos até à conclusão dos inquéritos que estão a decorrer, quer por parte da EDP, quer do consórcio construtor, a Barragem de Foz Tua A.C.E., que integra as empresas Mota-Engil Engenharia, Somague e MSF, quer da Inspeção-Geral do Trabalho.
O administrador da EDP Produção, António Ferreira da Costa, adiantou na quinta-feira que, numa avaliação preliminar, tudo aponta para se tenha tratado de um "aluimento natural" de terras e rochas que atingiram os três trabalhadores que iam a passar e seguiam para o seu posto de trabalho.
Referiu ainda que se tratou de um aluimento, "muito similar a aluimentos que já anteriormente se verificaram naquela margem do Tua".
O acidente ocorreu na zona onde anteriormente existia a linha de caminho de ferro.
"Já por aluimentos anterior tinha havido acidentes que causaram também mortos de pessoas que se deslocavam no comboio", referiu.
A linha do Tua foi palco de dois acidentes, em 2007 e 2008, com a composição que fazia a ligação entre o Tua e Mirandela, e que provocaram a morte de quatro pessoas que seguiam a bordo.
O sinistro de quinta-feira foi o segundo em menos de seis meses em Foz Tua, depois de em 30 de agosto três outros operários terem ficado feridos na sequência da queda da plataforma de uma grua, que decorreu na boca de entrada da derivação provisória e numa altura em que os operários se encontravam no interior do cesto do multifunções (plataforma elevatória).
O administrador da EDP lembrou os planos de emergência, de segurança e de gestão de crise que foram imediatamente acionados após a ocorrência do acidente.