Teatro Politeama faz hoje 100 anos
"Abrir as portas às 10 da manhã e ter aquela catrefada toda a dizer "bom dia" e a fazer barulho é uma das melhores coisas do mundo." Fernando Mendes tem 47 anos e é o empregado mais antigo do Teatro Politeama. Trabalha ali há 30 anos, começou antes ainda da idade legal, "às escondidas", a aprender a ser projecionista de cinema.
Outros tempos, em que ainda havia fitas a rodar em máquinas e ele tinha de dominar a arte de colar as pontas nos filmes do Cantinflas e de cowboys mas também nos filmes eróticos e pornográficos, que passavam naquela sala. "Depois houve mudanças, a sala foi remodelada, e passámos a passar filmes sérios mas foi também então que começámos a perder público", lembra. Quando o espaço foi adquirido por Filipe La Féria, em 1991, e se transformou em teatro, Fernando passou a ser arrumador e depois chefe de sala. É ele que recebe o público e que resolve todos os problemas no acolhimento. "É o bombeiro oficial", comentam os colegas. Um faz-tudo. "Mas essa é uma condição para se trabalhar aqui", ri-se. Começa o dia com a agitação dos espetáculos infantis e termina a noite a fechar as portas após a revista.