Os taxistas em protesto nesta quarta-feira à frente da Assembleia da República admitem estar "cansados" de oito dias de luta e "tristes" com o governo, no entanto, estão dispostos a continuar "mais uns diazinhos"..Há 32 anos a trabalhar no setor do táxi no concelho do Seixal, José Lobo disse que ainda consegue aguentar "mais uns diazinhos" na luta pelo futuro do setor, afirmando que "desistir, nunca".."Estamos cansados, a dormir nos carros", contou à Lusa José Lobo, acreditando que os profissionais vão "aguentar até uma certa altura"..O taxista foi um dos cerca de 500 que se manifestaram nesta quarta-feira à tarde junto ao Parlamento, enquanto lá dentro decorria o debate quinzenal com o primeiro-ministro, António Costa..Questionado sobre o impacto destes dias sem trabalhar, o taxista disse que já perdeu "uma centena de euros", explicando que tem prestações para pagar, pelo que o protesto não pode continuar para sempre.."Estamos tristes com os nossos governantes. Vamos aguentar até que venha o Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa encontra-se em Nova Iorque]", afirmou, manifestando-se esperançoso com a intervenção de Marcelo..Presente também no protesto, o taxista Luís Filipe assegurou que vai continuar na luta "de pedra e cal". Para este profissional, "o ideal é o governo olhar para o setor [do táxi] com outros olhos", acusando o ministro do Ambiente de ser "aldrabão" já que, em 2016, dizia que a Uber era ilegal..Segundo Luís Filipe, a lei que vai regular as plataformas de transporte de passageiros em veículos descaracterizados (TVDE) pode ser "completamente revogada", lembrando que são 30 mil postos de trabalho em causa..Neste âmbito, o taxista defendeu que o "ministro tem de deixar a pasta" indicando que "não tem credibilidade" e acusando-o de estar "avençado a outros interesses"..Os taxistas estão em protesto desde dia 19, contra a entrada em vigor, a 1 de novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal - Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé, com concentrações em Lisboa, Porto e Faro.