Deputados vão conhecer o sítio de onde roubaram material de guerra
Os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Tancos vão esta terça-feira conhecer o espaço do qual foi roubado material de guerra - os Paióis Nacionais de Tancos, no concelho de Vila Nova de Barquinha - a pedido das bancadas do PSD e CDS.
"Não podemos começar uma comissão de inquérito sobre o desaparecimento de armas de um determinado espaço físico sem ter uma perceção de como é esse espaço físico", explicou ao DN o deputado social-democrata Carlos Peixoto.
Pela comissão, já a partir desta quarta-feira, vão passar militares do Regimento de Infantaria n.º 15, aquartelado em Tomar, que tinha a responsabilidade de segurança dos paióis, da Escola de Tropas Paraquedistas e Regimento de Paraquedistas e da Escola Prática de Engenharia e Regimento de Engenharia n.º 1, ambas situadas no Polígono de Tancos. "Eles irão falar de sítios que nos convém ter um conhecimento presencial" do espaço, justificou Carlos Peixoto.
O PSD requereu esta visita, como se lê no pedido entregue ao presidente da comissão, Filipe Neto Brandão, deputado do PS, para "ter contacto presencial com o local onde terá ocorrido o furto do material de guerra".
A este pedido, que o CDS repetiu, a bancada centrista acrescentou uma visita "às instalações dos Paióis do Campo Militar de Santa Margarida", a pouco mais de 10 quilómetros de Tancos, "para onde foi transferido parte do material existente" no Polígono.
Carlos Peixoto entende que esta visita a Santa Margarida, já no concelho de Constância, pode ser uma forma de verificar "se a mudança para outro lugar é positiva, se traz mais segurança aquilo que não tinha segurança".
A Comissão Parlamentar de Inquérito já teve algumas reuniões mas é com esta visita que aceleram os trabalhos dos deputados. Depois das visitas de terça-feira, a comissão reúne-se nos dias seguintes para ouvir os primeiros militares - na quarta, é a vez do coronel de Infantaria Manuel Joaquim Vieira Esperança, na quinta-feira, será o também coronel de Infantaria Francisco José Ferreira Duarte, responsáveis do regimento aquartelado em Tomar.
Até ao fim do mês de janeiro, as audições só preveem militares. Depois, notou ao DN o presidente da comissão, o socialista Neto Brandão, logo se verá como evoluirão os trabalhos do inquérito. "É prematuro antecipar o tempo de trabalho da comissão", disse.