Dois dos acusados por fraude com a Taxa de Carbono foram hoje condenados a oito anos de prisão e a um milhão de euros de multa, pelo Tribunal de Paris, que se diz "marcado pela sofisticação da fraude"..O financeiro Arnaud Mimran, de 44 anos, criado nos 'beaux quartiers' (zona nobre da cidade) de Paris, e Mardoché (Marco) Mouly, de 52 anos, originário de um 'quartier populaire' (bairro popular), foram considerados culpados pelo esquema fraudulento relativo à Taxa de Carbono que lesou o Estado em 283 milhões de euros..O Tribunal ordenou a prisão imediata de Arnaud Mimran e emitiu um mandado de prisão contra o segundo, que não esteve presente na leitura da sentença..Um negociante polaco, Jaroslaw Klapucki, de 56 anos, por sua vez, foi condenado a sete anos de prisão imediata e igualmente a uma multa de um milhão de euros..O tribunal decretou também que os três condenados têm de pagar ainda uma indemnização ao Estado no valor de 283 milhões de euros..Oito de nove outros arguidos foram condenados a penas que variam entre um a oito anos de prisão, tendo o ultimo sido absolvido..Seis destes foram julgados à revelia, por alegadamente terem fugido para Israel..O julgamento, realizado em maio, resultou de um esquema fraudulento relativo à Taxa de Carbono, o qual envolveu o meio ambiente franco-israelita, bem como um total de 1,6 mil milhões de euros..A fraude teve lugar no mercado europeu de licenças de emissão de carbono projetado, destacado pela luta contra o aquecimento global e reconhecido como o primeiro mercado internacional na área das alterações climáticas, tendo sido criado para a redução de emissões de gases com efeito de estufa..O esquema consistia em comprar cotas de emissões de CO2 (Dióxido de Carbono) em países estrangeiros e prosseguir à sua venda, em França, a um preço com o IVA incluído, para depois investirem em fundos que serviriam para uma nova operação. Assim, o IVA nunca foi pago ao Estado..Um "vol dans la poche do people" ("um rombo no bolso das pessoas"), disse o Ministério Público francês..Em julgamento, os arguidos minimizaram o seu papel, garantindo que não tinham consciência da fraude, mas os argumentos não convenceram o tribunal.