O Sporting já reportou 21 casos de covid-19 desde o regresso ao trabalho na Academia, no dia 17 de agosto, segundo o DN apurou. O clube não confirma o número de infetados, mas garante que "não há nenhum surto na Academia" - entretanto a diretora-geral da Saúde referiu-se aos casos do Sporting e do Gil Vicente como "surtos" - e que o elevado número de casos se deve "a vários focos já identificados" e à elevada testagem..Testagem essa que se vai manter nas equipas e funcionários, incluindo a estrutura do futebol e o presidente Frederico Varandas. A ideia é impedir que a Direção-Geral da Saúde (DGS), através da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS LVT), feche a academia, como já ameaçou fazer antes se os casos aumentarem, segundo soube o DN. Para já as instalações do futebol profissional serão desinfetadas, aproveitando que o grupo leonino se refugiou no Algarve até à estreia do campeonato (sábado, com o Gil Vicente). Em caso do jogo ser adiado, os leões ficam por lá mais alguns dias..Na quarta-feira, ficou-se a saber que Rúben Amorim e mais um jogador do plantel leonino tinham testado positivo, depois de mais uma ronda de testes após o aparecimento de oito casos em dois dias. Na segunda-feira, o emblema leonino confirmou mais cinco casos de coronavírus no plantel principal (quatro jogadores e um elemento do staff), depois de no domingo ter informado que três atletas do grupo principal tinham testado positivo, o que levou ao adiamento do jogo do Troféu Cinco Violinos, com o Nápoles. Estão todos assintomáticos e a cumprir 14 dias de quarentena..Casos que se juntam aos dois já conhecidos anteriormente. Battaglia (cedido entretanto ao Alavés) e Luciano Vietto, ambos já recuperados, testaram positivo no início dos trabalhos da equipa principal a 17 de agosto. Estes foram, aliás, os dois únicos envolvidos a ser identificados. Depois disso, o clube de Alvalade refugiou-se na lei da proteção de dados para não revelar o nome dos infetados..O DN tentou perceber junto da ARS LVT qual o procedimento a seguir perante o elevado número de positivos na equipa leonina a dias da estreia da I Liga, uma vez que o plantel do Chaves ficou em isolamento depois de três atletas terem testado positivo antes do jogo com o Feirense, da II Liga, que acabou adiado. Já esta quinta-feira o organismo de saúde da região de Lisboa admitiu ao DN 13 casos no Sporting (oito jogadores, dois elementos do staff e três familiares). Todos assintomáticos e em confinamento obrigatório. A ARS não esclareceu, no entanto, o que vai fazer a seguir e se o jogo com o Gil Vicente vai ser adiado, garantindo apenas que "tem sido feito um acompanhamento diário do surto através do contato direto com o coordenador médico do Sporting [que é um dos infetados].".Segundo soube o DN, a definição dos comportamentos do plantel leonino será importante para esclarecer se há necessidade de pôr jogadores em isolamento ou sob vigilância, para além dos dez elementos já em quarentena. Fechar a Academia para desinfeção e colocar o plantel todo em isolamento são as outras opções, além do adiamento do encontro de sábado..Esta quinta-feira haverá nova ronda de testes para os infetados, mas há ainda atletas, nomeadamente da equipa B, à espera de resultados. Na tentativa de controlar o surto, a direção do Sporting decidiu também testar toda a estrutura do futebol, incluindo o diretor desportivo Hugo Viana e o presidente Frederico Varandas, que é médico e chegou a ser recrutado pelo Exército durante o Estado de Emergência, no final de março. Em cima da mesa está a possibilidade de todas as modalidades serem testadas, uma vez que já foram detetados alguns positivos em algumas modalidades que treinam em Alvalade..Varandas volta ao Exército. A obrigatoriedade e o telefonema para regressar já ao ativo.Sem o treinador disponível para dar o treino, será Emanuel Ferro a orientar as sessões de trabalho. Com oito atletas indisponíveis, os leões poderão ter de recorrer à equipa B e até aos sub-23 para ir a jogo, frente ao Gil Vicente, caso as autoridades de saúde considerem que há condições. Mas para isso, os atletas também terão de ser testados. E há um problema extra. Segundo soube o DN, pelo menos um jogador da equipa B e um dos sub-23 estão infetados. Os dois atletas tinham estado em contacto com um outro jogador (com contrato, mas afastado do grupo principal), que estava a trabalhar à parte na Academia, e foram submetidos ao teste depois de apresentaram sintomas compatíveis com infeção por covid-19..O da equipa B testou inconclusivo no primeiro teste, mas no segundo já testou positivo. Neste entretanto, a equipa principal voltou do estágio no Algarve e Rúben Amorim chamou dez atletas da equipa B para treinar com o grupo principal..Há ainda seis funcionários infetados, a maior parte do departamento de recrutamento leonino, situação que levou ao isolamento de alguns funcionários que tiveram contacto com os infetados. Estes primeiros casos foram detetados em meados de agosto, numa altura em que a academia leonina recebia o PSG para treinar durante a final a oito da Liga dos Campeões. Os casos não geraram alarme nas autoridades de saúde, uma vez que o centro de treinos estava reduzido ao mínimo de atividade possível e a equipa francesa entrava e saía de autocarro sem usar as instalações leoninas, apenas o campo de treino..Todos os infetados estão assintomáticos e em isolamento, sendo agora obrigados a cumprir 14 dias de quarentena, incluindo o treinador Rúben Amorim, isto a dias do início do campeonato 2020-21. O jogo com o Gil Vicente, previsto para sábado, no arranque do campeonato, está assim cada vez mais em dúvida. Esta situação terá ainda implicações no jogo com o Paços de Ferreira, da 2.ª jornada da I Liga, e na 3.ª pré-eliminatória da Liga Europa, marcada para o dia 24, frente ao vencedor do Viking-Aberdeen..Na segunda-feira, o presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, revelou que todos os atletas da I Liga que testaram positivo iam ser novamente sujeitos a testes, e só depois seria tomada uma decisão. Já nesta quarta-feira, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que a "responsabilidade por avaliar localmente as condições que existem para um jogo se realizar, ou não, é da autoridade de saúde local". E se a decisão for difícil, a autoridade de saúda local pode reunir-se com a regional, e a regional com a nacional, e tomarem a decisão em conjunto..No entanto, seja qual for a decisão das autoridades de saúde, o arranque do campeonato não está em risco. "Este caso é totalmente diferente do panorama habitual da I Liga. Quando acontecia, era um caso, um jogador ou um elemento da equipa técnica que estava infetado. Nesta situação estamos a falar de surtos e, portanto, dentro de cada equipa, vamos ter pessoas divididas em vários grupos. [...] Os meus colegas que acompanham as duas equipas estão a fazer tudo para ver se há condições para que a I Liga se inicie quando está programada. Dito isto, se houver, é o adiamento do jogo, mas se não for de todo possível [disputar-se]. Não é parar a I Liga. Os outros jogos vão continuar a realizar-se. Mas esta análise é complexa, dado o número de pessoas envolvidas, ironicamente, nas duas equipas. Estamos a acompanhar de perto esta situação, mas a decisão será sempre da autoridade de saúde local [Lisboa]", acrescentou ainda Graças Freitas, admitindo que no futuro possa ser encurtada a quarentena obrigatória de 14 para dez dias..Além dos nove infetados leoninos, também o Gil Vicente reportou 15 casos positivos (um deles é o treinador). Há ainda um infetado no Benfica e um no Vit. Guimarães..*artigo atualizado esta quinta-feira às 15.15