O Supremo Tribunal dos Estados Unidos rejeitou, na sexta-feira, um processo apoiado pelo Presidente cessante Donald Trump para anular a vitória eleitoral de Joe Biden..A decisão põe fim a uma tentativa de invocar, sem provas, fraude eleitoral, para anular milhões de votos por correspondência em quatro Estados..Esta foi a segunda decisão judicial esta semana a rejeitar o pedido dos republicanos para invalidar os resultados eleitorais, depois de um recurso na Pensilvânia, na terça-feira, ter sido desfavorável aos partidários de Trump..O Supremo Tribunal declarou que "o Texas não demonstrou um interesse judicialmente reconhecível na forma como os outros Estados conduziram as eleições"..O Supremo Tribunal indeferiu o caso sem abordar a maioria das alegações do processo..Os juízes consideraram que o Texas não tinha o direito de apresentar o caso, porque não lhe cabe pronunciar-se sobre a forma como outros Estados conduzem as suas eleições e porque não sofreu qualquer dano real. Mesmo se a queixa fosse legítima, foi entregue demasiado tarde, dizem os peritos, segundo a Associated Press (AP)..O processo alegava, por exemplo, que a Pensilvânia "eliminou inconstitucionalmente requisitos legais de verificação de assinaturas", mas o Supremo Tribunal da Pensilvânia decidiu unanimemente, em outubro, que a lei estatal apenas deixa claro que o envelope do boletim de voto exige a assinatura do eleitor, mas não uma assinatura correspondente..Entre os Estados que mudaram as práticas de votação sem ação legislativa este ano está o Texas, que prolongou a votação antecipada por seis dias devido à pandemia..Estimava-se que os votos presenciais, contados mais rapidamente, provavelmente favoreceriam Trump e os votos por correspondência, contados mais tarde, seriam favoráveis a Biden..Os democratas, durante meses, aconselharam os eleitores a submeter votos por correspondência, que seriam contados mais tarde, enquanto Trump atacou o voto por correspondência, considerando-o fraudulento, apesar de ter votado dessa forma, na Florida..Na terça-feira, o procurador-geral do Texas, o republicano Ken Paxton, pediu ao Supremo Tribunal que impedisse a Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, todos Estados onde Biden ganhou, de apoiar a sua vitória no Colégio Eleitoral, argumentando que os seus governadores usaram a pandemia como "pretexto" para alterarem as regras eleitorais, com o intuito de permitir mais votações por correspondência, uma opção escolhida por milhões de americanos..O processo judicial do Texas procurava impedir que quatro Estados em que Biden ganhou - Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin - certifiquem na próxima segunda-feira a vitória do democrata, data em que Colégio Eleitoral reúne para ratificar formalmente o próximo presidente..Os quatro Estados-chave envolvidos no processo, juntos, representam 62 votos do Colégio Eleitoral..O Supremo Tribunal é composto por três juízes progressistas e seis conservadores, três dos quais nomeados por Trump..Dezoito outros Estados onde Donald Trump ganhou as eleições de 03 de novembro, 126 membros do Partido Republicano no Congresso e o próprio presidente cessante juntaram-se ao Texas para apelar aos juízes para que se ocupassem do caso que procurava invalidar a vitória do Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden..A procuradora geral do Michigan, Dana Nessel, considerou, perante a decisão do tribunal, que se a ação judicial do Texas tivesse tido acolhimento, seria "o fim da democracia nos Estados Unidos da América".