A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides reagiu esta quarta-feira com cautela aos recentes anúncios sobre a descoberta de vacinas para a covid-19, considerando que a vacina "não será a Bala de Prata" contra o coronavírus e terá de ser combinada com outras medidas sanitárias.."Precisamos de perceber que mesmo quando tivermos uma vacina segura e eficaz isto não será "a Bala de Prata" que mudará e que fará a covid-19 desaparecer do dia para a noite", alertou a comissária, tendo ainda assim reconhecido que há "sinais de esperança", nos avanços anunciados recentemente, nomeadamente pela Pfizer..A falar ao início da tarde desta quarta-feira, em Bruxelas, assegurou que a União Europeia está preparada para acelerar o processo de aprovação assim que a segurança e eficácia estejam garantidas.."Assim que a BioNTech/Pfizer ou outras empresas apresentem os pedidos de autorização à Agência Europeia do Medicamento, haverá necessidade de fazer uma avaliação cientifica em matéria de segurança, mas não haverá atrasos", garantiu, embora sem se comprometer com prazos..Recorde-se que o presidente eleito da Aliança Global para as Vacinas (GAVI), José Manuel Durão Barroso, espera que até ao final do ano haja autorização na Europa e nos Estados Unidos para a utilização de emergência de vacinas. Os pedidos deverão avançar muito em breve.."Algumas vacinas estão muito perto de uma autorização para utilização de emergência", disse o português que vai presidir ao organismo a partir de janeiro.."Daqui a dias ou semanas vai haver pedidos formais pelo menos para duas dessas vacinas nos Estados Unidos e também na Europa", respondeu, questionado pela TSF, num seminário para jornalistas, organizado pelo Sindicato e pela Agência Lusa.."Há informação confidencial que não estou autorizado a partilhar, mas o que vem a nível público corresponde à verdade e as que estão mais avançadas são as da Pfizer, em parceria com uma companhia alemã, a Moderna, e a vacina da AstraZeneca, que são talvez as que estão na pole position para conseguir uma autorização de emergência, vamos ver", disse..A comissária Stella Kyriakides também se mostrou entusiasmada com os "sinais de esperança" que têm vindo a público relativamente à eficácia da vacina da Pfizer, porém considera que até haver uma percentagem significativa da população imunizada deve existir algum cuidado das autoridades em matéria de comunicação sobre o combate à covid-19, para que não se baixe a guarda, mesmo quando existir uma vacina.."Precisamos de ser capazes de comunicar com clareza aos cidadãos que quando uma vacina segura existir e estiver disponível ainda haverá necessidade de continuar com estas medidas até sermos capazes de vacinar uma parte significativa da população", vincou, apesar de reconhecer a existência de uma "fadiga da pandemia", com a qual se mostrou "sensibilizada"..A Aliança Global para as Vacinas tem como objetivo "que esta fase mais aguda de pandemia esteja sob controle no final de 2021", disse o futuro presidente da organização, admitindo que seja preciso estarmos "prevenidos para a hipótese de haver alguns novos acidentes, como houve nos testes"..Esta semana a empresa americana Pfizer anunciou que conseguiu "resultados encorajadores" que garantem "90% de eficácia" na imunização contra a covid-19, através da substância que está a desenvolver com a empresa alemã BioNTech.