Sócrates contra Costa: "Começa a ser insuportável o ataque do líder do PS à história do partido"

O antigo líder do PS responde de forma violenta às críticas de António Costa aos Governos de maioria absoluta, incluindo o socialista. José Sócrates diz que tudo não passa de uma estratégia para, precisamente, atingir essa meta eleitoral.
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Num artigo de opinião, no Expresso, José Sócrates relembra ao sucessor na liderança do PS que fez parte do único Governo de maioria absoluta socialista que liderou. "Começa a ser insuportável assistir, sem reagir, aos ataques que o líder do PS faz à história do Partido Socialista e aos anteriores governos socialistas".

Estas palavras referem-se em particular à última entrevista que o líder do PS e primeiro-ministro deu à TVI, em que declarou que "os portugueses têm má memória das maiorias absolutas, quer das do PSD quer do PS". José Sócrates manifesta-se ofendido e incomodado: "Para dizer verdade nunca pensei que as coisas chegassem a este ponto, Nunca me ocorreu vir a encontrar-me na desconfortável situação de recordar a alguém que o Governo que agora maldiz foi, afinal, um governo no qual participou", escreve o ex-secretário-geral socialista.

José Sócrates atribui a declaração de Costa a uma "estratégia para ter uma maioria absoluta" desacreditando-a enquanto solução política. "No fundo o que parece querer dizer é que todas elas são horríveis - com excecão da que ele próprio obterá e que se diferenciará das outras que justamente por ter sido obtida escondendo essa ambição e até negando esse propósito". E conclui: "É talvez a isto que chamem estratégia".

Diz ainda nunca ter esperado ser atacado de "forma tão injusta", ensaiando agora "um segundo andamento - a diabolização dos seus próprios Governos". No artigo afirma que não quer "ir mais longe" e que só escreveu por dever isso a si próprio, aos colegas de Governo e aos que deram a primeira maioria absoluta ao PS.

Sócrates enumera ainda os feitos do seu governo maioritário: em dois anos tirou o país do défice excessivo; alcançar o maior crescimento económico verificado nesses anos difíceis (2007); a aposta nas energias renováveis; as novas oportunidades; a requalificação das escolas, o investimento na ciência; a reforma da Segurança Social; e criou o complemento solidário para idosos. Recorda ainda que ganhou o referendo do aborto, que conseguiu concluir o Tratado de Lisboa e ganhar as eleições de 2009, já no meio da maior crise económica e mundial.

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