O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou este domingo o diploma do Governo que estabelece o regime remuneratório da carreira especial de técnico superior de diagnóstico e terapêutica, contestado pelos sindicatos.."É com surpresa que ouvimos hoje, por parte da Presidência da República, da promulgação imediata do diploma", afirmou Luís Dupont, presidente do Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSDT) , lembrando que esta promulgação surge depois de um apelo do sindicato e de "grupos de cidadãos" a que Belém não promulgasse o diploma "nos termos em que ele está"..O presidente do sindicato recorda que foi pedida "uma audiência com caráter de urgência" a Marcelo Rebelo de Sousa. "Mas pelos vistos o senhor Presidente da República não foi sensível" aos argumentos "jurídicos do ponto de vista das normas", que a estrutura sindical considera inconstitucionais. "Lamentamos que isso tenha acontecido nestes termos e lamentamos a dualidade de critérios na análise que o senhor Presidente da República faz em relação a determinadas matérias" nas carreiras da administração pública, prosseguiu.."Da nossa parte agora, aquilo que vamos fazer" é, junto da Assembleia da República e dos partidos que podem fazê-lo, "fazer o apelo que chamem o diploma" ao parlamento "e se assim o entenderem introduzirem alterações"..Além disso, "na segunda ou terceira semana, agora só temos de acertar a data, vamos fazer uma grande manifestação em Lisboa", a qual passará pela Assembleia da República, concluiu Luís Dupont..Num comunicado enviado entretanto pelo STSDT é anunciada a convocação de uma greve para a terceira semana de fevereiro, sem adiantar mais detalhes..O diploma que estabelece o regime remuneratório da carreira de técnico superior de diagnóstico e terapêutica foi aprovado em Conselho de Ministros no passado dia 24 de janeiro, suscitando a contestação dos trabalhadores deste setor..O comunicado divulgado na altura pelo Governo referia que o diploma "determina o número de posições remuneratórias daquela carreira e identifica os respetivos níveis da tabela remuneratória única"..No mesmo dia, o STSDT manifestou indignação pela aprovação do diploma "sem acordo dos sindicatos" e avisou que irá promover novas ações de luta e greves..No passado dia 28, a estrutura sindical decidiu em plenário convocar uma manifestação em fevereiro para protestar contra o diploma, argumentado que as novas regras colocam "90% dos trabalhadores na base da carreira".."Uma pessoa que comece a trabalhar no dia 01 de janeiro fica na mesma posição salarial que alguém que trabalha há 20 anos", disse o dirigente sindical Fernando Zorro, adiantando que num universo entre oito a nove mil profissionais "apenas 257 ficam numa posição intermédia e ninguém fica numa posição de topo"..Na mesma altura, aquele sindicato anunciou que iria pedir a intervenção do Presidente da República, por o diploma conter aspetos inconstitucionais, e manifestou a expectativa de que Marcelo Rebelo de Sousa vetasse o diploma ou aconselhasse "o Governo a voltar às negociações".