Dois novos casos suspeitos de coronavírus em Portugal

Trata-se de um homem brasileiro e de uma mulher chinesa que regressaram recentemente da China. Um está em observação no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, e outro no Hospital de São João, no Porto.
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Foram validados dois novos casos suspeitos de infeção por novo Coronavírus (2019-nCoV), em Portugal, após avaliação clínica e epidemiológica, informou a Direção-Geral da Saúde (DGS), esta segunda-feira. Antes destes, foram registados outros quatros, todos se revelaram, negativos depois de realizadas análises. Os resultados dos novos casos deverão ser conhecidos até ao final do dia, indicou, ao DN, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), responsável por estas análises.

Trata-se de uma mulher chinesa e de um homem brasileiro que regressaram recentemente da China. Um foi reencaminhado para o Hospital Curry Cabral, em Lisboa, e o outro para o Centro Hospitalar de São João, no Porto, ambos hospitais de referência para casos relacionados com a epidemia. "Os doentes ficam internados e serão realizadas colheitas de amostras biológicas para análise pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge", indica a DGS, em comunicado.

Os resultados demoram cerca de cinco horas a apurar e serão comunicados pela DGS. Espera-se que o teste da mulher chinesa seja o primeiro a ser divulgado, uma vez que já deu entrada no laboratório em Lisboa. Já o do cidadão brasileiro demorará mais algumas horas, porque as análises foram feitas no Porto, no Hospital de São João, e ainda não deram entrada no INSA.

Na semana passada, dois homens, a rondar os 40 anos, foram internados no Curry Cabral com sintomas (febre, fadiga, dificuldades respiratórias) coincidentes com os do vírus da China, que já provocou mais de 900 mortos. Há duas semanas, um homem italiano de 62 anos constituiu um caso suspeito de coronavírus, no Porto, e outro doente regressado de Wuhan, na China, esteve em observação, em situação de isolamento, em Lisboa. Todas as análises feitas a estes doentes não acusaram a presença do vírus de Wuhan.

O número de infetados por coronavírus já atingiu os 40 mil e o de mortos os​ 910, ultrapassando assim as mortes por SARS, uma síndrome respiratória aguda grave que assolou o mundo em 2002 e 2003. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países. Mas apenas dois dos mortos foram fora da China continental: um em Hong Kong e outro nas Filipinas. Na Europa, foram notificados 37 casos, um deles em Espanha.

Portugal tem 20 cidadãos em isolamento profilático voluntário, repatriados há uma semana da cidade chinesa de Wuhan, o epicentro da epidemia. Nenhuma destas pessoas apresenta sintomas de infeção por coronavírus, até ao momento, e as análises que fizeram à chegada ao país deram negativo. Deverão ser repetidas antes de deixarem a quarentena no Hospital Pulido Valente, em Lisboa.

As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que varia entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado. A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

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